segunda-feira, 27 de agosto de 2012


Reator com Câmaras Verticais Individuais para Tratamento Biológico de Águas Residuárias Domésticas e/ou Industriais, A aplicação do reator patenteado é uma alternativa técnica para locais com grande adensamento populacional ou que tenham pequena disponibilidade de área para instalação do tratamento de águas residuárias (esgoto, efluentes industriais etc). Entre os principais impactos podem ser citados:


Impacto Econômico: A menor área de instalação reduz os custos construtivos, pois as unidades de tratamento são instaladas com a maior dimensão no sentido vertical, diferente do que normalmente ocorre nos sistemas de tratamento de águas residuárias (maior dimensão na horizontal – apoiada ou enterrada no terreno). Além disso, a entrada do esgoto nas câmaras verticais pode ser em série ou em paralelo, o que possibilita a modulação (sobreposição das unidades) de acordo com o período de alcance do projeto e o aumenta da flexibilidade operacional.

Impacto Social: É uma alternativa para tratamento do esgoto gerado por população residente em condomínios (verticais e horizontais) e em áreas densamente adensadas, alagadas e periféricas de cidades, como as comunidades que moram em palafitas nas maiores cidades da região Norte (Belém e Manaus).

Segundo o inventor: "Ao participar de debates com colegas da universidade, de empresas de engenharia e de órgãos ambientais constatava que o elevado aqüífero freático aumentava o custo e dificultava a execução das obras de sistemas de tratamento de esgoto em conjuntos habitacionais, edifícios, clubes, hospitais e nos bairros com rede coletora de esgoto gerenciada pela Companhia de Saneamento do Pará – COSANPA no município de Belém.Posteriormente, como membro ou coordenador de equipes que elaboravam projetos ou fiscalizavam a construção de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário – ETE que utilizavam reatores anaeróbios de fluxo ascendente com manto de lodo (UASB), verifiquei a necessidade de compatibilizar o dimensionamento desses reatores com a área disponível para implantação, especialmente pelos custos de aquisição / desapropriação de terreno serem elevados em locais com grande adensamento populacional, como é o caso da área central do município de Belém. Além disso, a falta de saneamento nas áreas alagadas das duas maiores cidades da Região Norte, no caso Belém e Manaus, me fazia pensar em alguma solução para beneficiar a população que reside nas periferias dessas cidades, que no caso de Belém corresponde a aproximadamente 40% da população total.

Certo dia, ao encaixar 1 porta disquete em cima de outro, para aumentar o espaço livre na minha mesa de trabalho, verifiquei que existe necessidade de otimização do espaço em muitas situações da vida, como ao estacionar o carro em edifícios garagem, construir navios com diferentes pisos etc, bem como que o mesmo poderia ocorrer em unidades de tratamento de esgoto sanitário, ou seja, construir uma sobre a outra. Alguns dias depois, tive oportunidade de unir pequenos tubos de acrílico para representar a solução idealizada, enchendo-os com água de abastecimento e depois com esgoto sanitário, quando observei alguns aspectos do escoamento e das modificações internas. Até esse momento, fazia esse tipo de pesquisa apenas de forma visual, mais por curiosidade do que por experimentação científica. Posteriormente, intensifiquei os estudos teóricos para viabilizar essa solução, particularmente na redução da área de instalação, na estimativa dos custos de fabricação / construção do reator e na flexibilidade operacional, já que a entrada da água residuária nas câmaras (ou unidades) do reator poderia ser realizada em serie ou em paralelo."

A empresa razâo social W.A.APOLINÁRIO, nome de fantasia APOLIFIBRA, responsável pela fabricação e instalação do reator na área da Companhia de Saneamento do Pará - COSANPA, manifestou interesse na produção em larga escala desse equipamento, por entender que essa pode ser uma alternativa para tratamento de esgoto sanitário de comunidades pequenas. Contudo, ainda não foi assinado nenhum documento nesse sentido.Paralelamente, ao tomar conhecimento do custo do sistema de tratamento (reator patenteado, poço de acumulação de esgoto, etc), a direção da COSANPA também manifestou interesse em verificar a possibilidade da utilização dessa alternativa para tratamento do esgoto sanitário coletado em pequenas bacias de esgotamento, em conjuntos habitacionais (verticais ou horizontais) e em comunidades periféricas, alagadas ou afastadas.

Os pagamentos do registro e de todas as anuidades da patente foram, até a presente data, com recursos do próprio inventor.A construção e avaliação do desempenho do reator em escala real teve apoio financeiro do Programa de infra-Estrutura para Jovens Pesquisadores, do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia – FUNTEC, da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM) do Governo do Estado do Pará, que conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ. Além disso, a COSANPA também colabora com recursos para construção da base de sustentação e de instalações elétricas e hidráulicas do sistema experimental (reator patenteado, elevatória de esgoto etc).Os custos para fabricação em larga escala serão responsabilidade das empresas interessadas. Contudo, a confirmação do interesse e a definição de contrato somente serão realizados em reunião que deverá ocorrer no mês de dezembro de 2006, logo após o início da operação do sistema experimental instalado na área da COSANPA.

A implementação em escala real somente foi viabilizada pelo inventor ter aprovado a pesquisa “Utilização de Reator Anaeróbio Compartimentado de Câmaras Verticais para tratamento de esgoto sanitário nas condições ambientais da Amazônia Brasileira” no Programa de infra-Estrutura para Jovens Pesquisadores, do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia – FUNTEC, da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM) do Governo do Estado do Pará, que conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ.

José Almir Rodrigues Pereira é Doutor em Hidráulica e Saneamento (2000 - EESC-USP). Mestre em Recursos Hídricos (1991 - UFPB). Engenheiro Sanitarista (1989 - UFPA). Funcionário da Companhia de Saneamento do Pará – COSANPA no período 1985 – 1996. Ø Em 1997 recebeu menção honrosa da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo pelo invento do Reator de Tratamento de Águas Residuárias com Dispositivo Ajustável para Coleta, orientação do escoamento, transporte e separação do gás a partir da zona de reação.

Fonte: Agradeço ao INPI/FINEP pelo envio de informações em julho de 2008 para composição desta página

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Esta página não é uma publicação oficial da Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro, seu conteúdo não foi examinado e/ou editado por esta instituição, tampouco foi realizada qualquer análise de mérito ou técnica nas invenções descritas. A responsabilidade por seu conteúdo é exclusivamente do autor. .

sábado, 2 de junho de 2012

http://www.onu.org.br/rio20/tema/dia-mundial-do-meio-ambiente/

Todas as notícias: www.onu.org.br/rio20/br/blog 




Todos nós podemos dar nossas opiniões, ideias e sugestões para o futuro. Partindo desse princípio, lançamos a campanha “Eu sou nós”. Para chamar a atenção de cada um, mas não como indivíduo, e sim como um todo. Participe também em www.ofuturoquenosqueremos.org.br

O que é a Rio+20?

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD ou, como é conhecida, Rio+20), que está sendo organizada conforme a Resolução 64/236 da Assembleia Geral (A/RES/64/236), ocorrerá no Brasil de 20 a 22 de junho de 2012.
A Rio+20 marca o 20º aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), realizada no Rio de Janeiro em 1992, e o 10º aniversário da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (WSSD), promovida em Joanesburgo em 2002. Com a presença de Chefes de Estado e de Governo ou outros representantes, a expectativa é de uma Conferência do mais alto nível.
Saiba mais sobre o contexto da Conferência em www.onu.org.br/rio20/sobre
Saiba mais sobre os temas que serão discutidos em www.ofuturoquenosqueremos.org.br
Saiba quem são os principais nomes da Conferência: www.onu.org.br/rio20/biografias
Acesse aqui as perguntas mais frequentes sobre a Rio+20 e suas respectivas respostas: www.onu.org.br/rio20/perguntas-e-respostas

Rio 92: Saiba como foi

Neste vídeo produzido pela TV ONU, com tradução e legenda do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), você pode acompanhar como foi a Cúpula da Terra, a mais importante conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e o desenvolvimento, também conhecida como Rio 92.

terça-feira, 29 de maio de 2012


Aquecimento global segundo Luiz Carlos Molion

AMBIENTALISMO: 

ste artigo é uma homenagem ao cientista brasileiro Luiz Carlos Baldicero Molion (cujo curriculum segue abaixo), que não se deixa levar pelas teses do terrorismo climático difundidas pelo ambientalismo radical, cuja maior ênfase é dada ao aquecimenmto global. Não quero dizer com isso que não esteja acontecendo um aquecimento do planeta. Como Molion afirma, isso é cíclico, ou não, pois depende de inúmeros fatores e não, exclusivamente, das emissões de CO2 antropogênicas (produzidas pelo homem). O eventual aquecimento global, no entanto, está sendo utilizado como pretexto para se tentar inibir o desenvolvimento sócio-econômico dos países mormente do Terceiro Mundo, com afirmações catastrofistas sem nenhum fundamento científico, numa atitude – como Molion diz (e muitos outros autores) – «neocolonialista», coisa de fundo geopolítico e malthusiano. Parabéns, Molion! Em seguida, apresento duas matérias, a primeira, apresentada no site forumdaliberdade.com.br, com o curriculum de Molion; a segunda, com alguns comentários do cientista sobre a farsa do aquecimento global, mostrada no site pt.novopress.info (Ecologia & Ambiente de 01/10/2007). Os subtítulos foram acrescentados por mim para facilitar a leitura.

Quem é Molion

Quem é Luiz Carlos Baldicero Molion Luiz Carlos Baldicero Molion é bacharel em Física pela USP e doutor em Meteorologia – e Proteção Ambiental, como campo secundário – pela Universidade de Wisconsin, Estados Unidos. Concluiu seu pós-doutorado no Instituto de Hidrologia, em Wallingford, Inglaterra, em 1982, na área de Hidrologia de Florestas. É associado do Wissenschaftskolleg zu Berlin (Instituto de Estudos Avançados de Berlim), Alemanha, onde trabalhou como pesquisador visitante de 1989 a 1990.
Molion tem mais de 30 artigos publicados em revistas e livros estrangeiros e mais de 80 artigos em revistas nacionais e congressos, em particular sobre impactos do desmatamento da Amazônia no clima; climatologia e hidrologia da Amazônia; causas e previsibilidade das secas do Nordeste; mudanças climáticas globais e regionais; camada de ozônio e fontes de energias renováveis. Foi cientista-chefe nacional de dois experimentos com a NASA sobre a Amazônia. Aposentou-se do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT), onde foi diretor de Ciências Espaciais e Atmosféricas, como Pesquisador Titular III. Entre 1990 e 1992, foi presidente da Fundação para Estudos Avançados no Trópico Úmido (UNITROP), Governo do Estado do Amazonas, em Manaus, onde desenvolveu pesquisas sobre desenvolvimento sustentado, em particular o biodiesel, combustivel renovável feito de óleos de palmáceas nativas.

Trabalho atual

Atualmente, encontra-se na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Maceió, como professor associado e diretor de seu Instituto de Ciências Atmosféricas (ICAT). Também desenvolve pesquisas nas áreas de dinâmica de clima, desenvolvimento regional, energias renováveis e dessalinização de água. É membro do Grupo Gestor da Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (MG/CCl/OMM), como representante da América do Sul. Entre suas áreas de conhecimento e interesse, destaca a variabilidade e mudanças climáticas, particularmente os climas da Amazônia e Nordeste, os impactos de mudanças climáticas no desenvolvimento e proteção ambiental. No que diz respeito a recursos hídricos: água no sistema solo-planta-atmosfera, evaporação e evapotranspiração, mudanças climáticas e água. Tratando-se de desenvolvimento sustentado e energias renováveis (eólica, solar e aproveitamento de resíduos vegetais): óleos vegetais e biodiesel como combustiveis renováveis, métodos e equipamentos para tratamento e dessalinização de águas salobras, do mar e servidas.
Este trecho do post foi publicado no site www.forumdaliberdade.com.br.


Uma verdade inconveniente: dúvidas quanto ao aquecimento global

Luiz Carlos Molion, brasileiro doutorado em metereologia, 61 anos, formado na Inglaterra e nos EUA, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim, representante do Brasil na Organização Meteorológica Mundial exprime-se:
«O Grupo intergovernamental sobre a evolução do clima (GIEC) afirma que as concentrações de CO2 atingidas em 2005, de 339 ppm (partes por milhão), são as maiores dos últimos 650 000 anos. É ridículo. (…)
Ao longo dos últimos 150 anos, já atingimos 550 ppm e até 600 ppm. (…)
Estarão a recuperar medos antigos? Tenho imagens de uma manchete do Time anunciando, em 1945: «O mundo está a derreter». Depois, em 1947, os títulos anunciavam o regresso de um período de glaciação. Hoje em dia, fala-se de novo de aquecimento. Não quero dizer que os eventos sejam cíclicos, a verdade é que os fatores que afectam a metereologia terrestre são muito numerosos. (…)
Trata-se de uma atitude neocolonialista: o domínio exerce-se através da tecnologia, da economia, e hoje em dia, também através de um terrorismo climático representado por essa ideia de aquecimento global. (…)
Atualmente existem muitos fundos à disposição dos especialistas que defendem a tese do aquecimento do planeta. Esses fundos provêem de governos que cobram impostos a sectores industriais que são partes interessadas neste negócio. São muitos os cientistas que se vendem para ver os seus projectos aprovados».
Texto colocado pela Novopress em Ecologia & Ambiente de 01/10/2007


Segundo Luiz Carlos Molion, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU

11/12/200914h36

"Não existe aquecimento global", diz representante da OMM na América do Sul

Com 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion apresenta ao mundo o discurso inverso ao apresentado pela maioria dos climatologistas. Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion assegura que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global. Ele também diz que há manipulação dos dados da temperatura terrestre e garante: a Terra vai esfriar nos próximos 22 anos.

Em entrevista ao UOL, Molion foi irônico ao ser questionado sobre uma possível ida a Copenhague: “perder meu tempo?” Segundo ele, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU. O meteorologista defende que a discussão deixou de ser científica para se tornar política e econômica, e que as potências mundiais estariam preocupadas em frear a evolução dos países em desenvolvimento.

UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?
Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.
UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?
Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem boias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas boias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado.
UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?
Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso.
UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados.
Molion: Depende de como se mede.
UOL: Mede-se errado hoje?
Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento.
UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?
Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento.
UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?
Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.
UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?
Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.
UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?
Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.
UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?
Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões?Não vai mudar absolutamente nada no clima.
UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?
Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem da queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas.
UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?
Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares.
UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?
Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.
UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?
Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar.
UOL: Mas o mar não está avançando?
Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global.
UOL: O senhor viu algum avanço com o Protoclo de  Kyoto?
Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discursos de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista.
UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?
Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo.
UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?
Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.
 

SCIENTIFIC AMERICAN:  

http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_fisica_por_tras_das_mudancas_climaticas.html


A física por trás das mudanças climáticas Por que os climatologistas estão tão confiantes de que as atividades humanas estão aquecendo a Terra perigosamente? A seguir, alguns dos participantes do relatório internacional mais abrangente das evidências científicas resumem os argumentos e discutem por que ainda restam incertezas por William Collins, Robert Colman, James Haywood, Martin R. Manning e Philip Mot



Para os cientistas que estudam as mudanças climáticas, gritar “Eureka!” é muito raro. Geralmente o progresso nesses estudos é obtido através de um cuidadoso juntar de peças, de cada nova medida de temperatura, dados de satélite ou com experimentos de modelos de clima. As informações obtidas são verifi cadas e revisadas, as idéias são testadas repetidamente. Será que as observações confirmam as mudanças preditas? Bons climatologistas precisam se assegurar de que todas as descobertas feitas sejam submetidas aos testes mais rigorosos.

As evidências de mudanças aumentam à medida que os registros climáticos vão ficando mais longos, assim como nossa compreensão dos sistemas climáticos melhora e os modelos climáticos vão se tornando cada vez mais confiáveis. Ao longo dos últimos 20 anos, as evidências de que o homem está afetando o clima se acumularam inexoravelmente, e com elas, uma consciência cada vez maior de toda a comunidade científica sobre a realidade das recentes mudanças climáticas e das mudanças futuras que poderão ser ainda maiores. Essa certeza crescente está muito clara no último relatório do Painel Internacional de Mudanças Climáticas (IPCC), o quarto de uma série de avaliações sobre o estado do conhecimento do assunto, escrito e revisado por centenas de cientistas do mundo todo.

Em fevereiro, o painel publicou uma versão condensada da primeira parte do relatório, sobre a base física das mudanças climáticas. Chamado de “Resumo para Gestores de Políticas”, foi distribuído também ao público em geral com uma mensagem ambígua: os cientistas têm mais certeza do que nunca de que o homem interferiu no clima e que mais mudanças climáticas induzidas pela humanidade estão a caminho. Ainda que o relatório acredite que algumas dessas mudanças sejam inevitáveis, a análise também confirma que o futuro, especialmente em longo prazo, estará totalmente em nossas mãos – a magnitude da mudança esperada depende do que os homens farão a respeito das emissões de gases de efeito estufa.

A avaliação da ciência física focaliza os responsáveis pelas mudanças climáticas, as mudanças observadas nos sistemas climáticos, a compreensão das relações de causa e efeito, e projeções de futuras mudanças. Houve avanços importantes desde a avaliação do IPCC em 2001. A seguir, descrevemos as principais descobertas que documentam a extensão da mudança e chegam a uma conclusão inevitável: a causa é a atividade humana.


WIKIPÉDIA:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Carlos_Molion

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.  

Luiz Carlos Baldicero Molion é metodologista brasileiro, professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Também é representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Metorológica Mundial (OMM).


sexta-feira, 3 de junho de 2011

05 de junho - Dia Mundial do Meio Ambiente



Desenvolvimento Sustentável

“O homem é um animal irracional, exatamente como os outros. A única diferença é que os outros são animais irracionais simples, o homem é um animal irracional complexo”. Fernando Pessoa² - Reflexões Sobre o Homem.

Para entendermos a identidade destruidora do homem, ou aquilo que denominamos irracionalidade, será preciso reconceituarmos o termo “animal irracional”, considerando que se tal conceito aplica-se ao homem tem conotação distinta àquela que se concebe ao tratarmos dos outros animais.

Relativamente ao homem, o adjetivo é, sem dúvida, pejorativo, uma vez que remete à agressividade humana para com natureza, do homem para com o outro homem e do homem para consigo mesmo. É óbvio que tais ações são tipicamente humanas, justificando perfeitamente o conceito “animal irracional”, e que é totalmente diferente da ferocidade dum predador numa cadeia ecossistêmica, no fenômeno natural da sobrevivência das espécies, pois, a cena da batalha dum predador numa caça, para se alimentar, jamais poderá ser descrita como um assassinato, e sim, como ação e reação biofísica de forças que se atraem e se repelem no processo vital desse organismo que compõe a biosfera.

Por outro lado, a ação predadora da irracionalidade humana é cruel e assassina, pois é “racionalmente” concebida e chega a ser imbecil, por ser auto-destruidora. Esse “homem-irracional” caça inescrupulosamente por ganância, orgulho e poder, de forma premeditada, portanto, nominalmente “racionalizada”, enquanto que o animal irracional propriamente dito luta pela sua sobrevivência, tendo como resultante a sobreexistência das espécies que povoam cada ecossistema, mantendo o equilíbrio e a sustentabilidade do sistema como um todo.

A sustentabilidade é tema prioritário neste século, pois a corrida pelo desenvolvimento está levando o homem a se tornar a espécie ameaçadora da existência de todas as outras, inclusive da sua própria.

A luta deve ser pela busca de tentar alinhar desenvolvimento com sustentabilidade, sendo necessária, para isto, a tomada de consciência da real posição no processo desencadeado pelo ser humano, a caminho dessa autodestruição. A conscientização, por sua vez, tem que ser urgentemente instigada pelos pesquisadores das diversas áreas do conhecimento e difundida pelas instituições de ensino, do fundamental ao superior, utilizando-se de todos os meios de comunicação de massa e articulando-se com todas as organizações dos diversos segmentos da sociedade, ou seja: é preciso fazer um “levante” considerando uma nova ordem em beneficio da preservação da vida, pois a educação e desenvolvimento sustentável equivalem ao norteamento pragmático dessa “pseudo-ordem” política, econômica e social, que viaja aceleradamente a caminho do caos.

Júlio Nessin

sábado, 26 de março de 2011

carnaval em cajazeiras banda marreta é massa

A HORA DO PLANETA


HOJE, SÁBADO (26), APOIE A HORA DO PLANETA: APAGUE A LUZ DE 20H30 ÀS 21H30, POR UMA HORA - NUM GESTO SIMBÓLICO QUE CHAMA PARA A REFLEXÃO SOBRE A QUESTÃO AMBIENTAL E OS DESAFIOS IMPOSTOS PELO AQUECIMENTO GLOBAL



No Brasil, 98 cidades, incluindo as capitais, já registraram formalmente a participação, indicando monumentos que terão suas luzes desligadas neste sábado, por uma hora, num gesto simbólico pelo planeta. Ao todo, 1.514 empresas e organizações se cadastraram no site , que traz histórias e dicas sobre como participar, além de materiais promocionais como banners, filmes, cartazes, imagens, papéis de parede, protetores de tela e twibbons para twitter e facebook.

O WWF-Brasil incentiva as cidades participantes a se comprometerem com a conservação da natureza e a desenvolverem projetos que visem sua sustentabilidade ambiental. Ações de promoção do uso de meios de transporte menos poluentes e da coleta de lixo seletiva, criação de unidades de conservação, proteção das nascentes de água e cumprimento da legislação ambiental são alguns exemplos do que pode ser feito.

“A participação de pessoas, organizações e governos na Hora do Planeta é um gesto em direção à busca da sustentabilidade. Significa dizer que estamos preocupados e atentos ao processo de aquecimento global, e que queremos fazer a nossa parte pelo direito de nossos filhos e netos herdarem um planeta habitável”, afirmou Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

MINUTO DE SILÊNCIO

Neste ano de 2011, o primeiro minuto da Hora do Planeta será dedicado, em silêncio, às vítimas de recentes tragédias de fenômenos naturais como o terremoto e tsunami no Japão, que vitimaram mais de 10 mil pessoas, e também às vítimas das enchentes no Brasil nestes primeiros meses do ano. Os brasileiros, em todas as cidades, são convidados a guardar um minuto de silêncio em memória das vítimas de tragédias ambientais.



EVENTO ÂNCORA

Cidade âncora do Brasil no movimento global Hora do Planeta, o Rio de Janeiro terá, pela primeira vez, um evento aberto ao público, a partir das 19h, nos Arcos da Lapa, com a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e do prefeito do Rio, Eduardo Paes. Os dois desligarão, simbolicamente, as luzes da cidade por uma hora a partir das 20h30, dando o início à participação do Brasil no movimento global. Após o minuto de silêncio, o público assistirá à apresentação das baterias da Mangueira, Portela, Grande Rio e União da Ilha, simbolizando a capacidade de organização e de superação do ser humano.

No Rio de Janeiro serão apagados os ícones Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Igreja da Penha, Castelinho da Fiocruz, Monumento aos Pracinhas, Arcos da Lapa.


BRASÍLIA

A capital do país participa da Hora do Planeta com a adesão, confirmada formalmente ontem, quinta-feira (24/3), do governo do Distrito Federal. O compromisso foi assinado pelo governador Agnelo Queiroz, em cerimônia realizada no Palácio do Buriti. Também aderiram ao movimento, a Câmara Legislativa e a Frente Parlamentar em Defesa do Meio Ambiente, ambas do Distrito Federal. Em Brasília serão apagadas as luzes do Palácio do Buriti e Anexo, Memorial JK, Teatro Nacional, Catedral, Museu do Índio, Complexo Cultural da República e Ponte JK.

“Nossa cidade tem que ser o símbolo de sustentabilidade e tomar parte na luta pela defesa do clima, da preservação da água e das nossas riquezas naturais”, ressaltou o governador Agnelo Queiroz.

“Estamos muito felizes com a adesão do Governo do Distrito Federal, porque a Hora do Planeta é um evento focado no amanhã. É um movimento global em que pessoas de mais de 130 países apagarão luzes, definindo metas para suas vidas, estabelecendo objetivos para a preservação da natureza e cumprindo esses compromissos durante o ano inteiro”, declarou Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

A Câmara dos Deputados Federal e a Frente Parlamentar Ambientalista Federal aderiram na quarta-feira (23/3).

Capitais Brasileiras Participantes – Aracaju (SE), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Natal (RN), Palmas (TO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP), Teresina (PI), Vitória (ES)



NOVAS ADESÕES

O WWF-Brasil receberá até às 16h – hora de Brasília – deste sábado (26/3), os termos de adesão, oficializando a participação de municípios. Representantes de prefeituras podem aderir oficialmente o município enviando e-mail para: cidades@wwf.org.br
Apoio institucional

A Hora do Planeta conta com o apoio institucional da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e patrocínio do Banco do Brasil, Coca-Cola, Tim, HSBC e Rossi.


HORA DO PLANETA NO MUNDO

Este ano, 13 novos países aderiram à Hora do Planeta. São eles: Jamaica, Uganda, Swaziland, Iran, Tajikistan, Chad, Azerbaijan, Gibraltar, Palestine, Suriname, Uzbekistan, Trinidad & Tobago e Lesotho.



Já são cerca de 3.800 cidades, em 134 países, sendo 25 megacidades, entre as quais, Délhi, Mumbai, Buenos Aires, Moscou, Teerã, Istambul, Londres, São Paulo e Rio de Janeiro.



Os sete continentes e todos os países que compõem o G-20 também estão representados.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

MEU AMBIENTE


Para obter a imagem ampliada do poema, clique sob a imagem!

sábado, 27 de março de 2010

a Hora do Planeta

Participe do movimento a “Hora do Planeta”, conhecida globalmente como Earth Hour, é uma iniciativa global da Rede WWF para enfrentar as mudanças climáticas.
Hoje dia 27 de março de 2010, às 20h30, pessoas, empresas, comunidades e governo são convidados a apagar suas luzes pelo período de uma hora para mostrar seu apoio ao combate ao aquecimento global. Em 2009, milhões de brasileiros apagaram as suas luzes e mostraram que sua preocupação com o aquecimento global. No total 113 cidades brasileiras, incluindo 13 capitais, participaram da Hora do Planeta 2009. Ícones como o Cristo Redentor, a Ponte Estaiada, o Congresso Nacional e o Teatro Amazonas ficaram no escuro por sessenta minutos.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Uma nova economia está por vir

*Ricardo Marques



Assim que desencadeou a forte crise econômica mundial desta década, que abalou sensivelmente países até então considerados de economia consolidada em todo o planeta, cientistas, economistas e estudiosos de diversas áreas começaram a se debruçar em estatísticas, números, dados e outros instrumentos para, primeiro explicar o que estava acontecendo e, segundo, buscar uma alternativa viável para que pudéssemos tornar a crise um evento passageiro, e o mais rápido possível.

Na verdade, a crise serviu como um aviso, como tantos outros aconteceram e estão acontecendo: uma afirmação que o nosso sistema econômico e nossa forma de lidar a divisão de bens e serviços em torno da qualidade de vida não é um modelo viável. Na perspectiva econômica, nossa tecnologia atual consegue produzir o necessário para atender até quatro vezes a população da terra, mas vivemos num modelo extremo de desigualdades sociais e má distribuição de renda. Desafio posto: a humanidade precisa aprender a distribuir suas riquezas.

Na perspectiva ambiental, estamos utilizando para manter o nosso modo de vida, toda a capacidade do planeta e 25% a mais, se pensarmos a necessidade deste mesmo planeta de recompor os recursos naturais utilizados de modo que o sistema de utilização-reposição se torne viável e sustentável. Isso quer dizer que produzimos mais que o necessário para a nossa sobrevivência e também exploramos mais do que a capacidade de auto-regulação do planeta. Desafio posto: precisamos aprender a viver racionalmente – o que deveria ser o diferencial entre nós e os demais animais – mantendo nossa qualidade de vida, reduzindo o nosso consumo e consequentemente reduzindo a nossa “pegada” de consumo de recursos naturais.

Só que isso é plenamente viável: temos tecnologia para isso, temos “inteligência” para isso e agora o principal: motivos: estamos numa crise cuja solução todos sabem e está sob o alcance de todos. Mas essa é uma tarefa coletivamente planetária. Uma responsabilidade de cada cidadão no mundo inteiro, em que o seu nível de comprometimento aumenta, dependendo de nosso nível social e de nosso nível de conhecimento, ou seja, quem tem mais deve abrir mão para quem tem menos. Quem conhece mais deve educar a quem compreende menos.

É esse o grande desafio da humanidade neste século. A diferença é que se não conseguirmos realizar a nossa tarefa, a punição será o desaparecimento da humanidade nos moldes como a conhecemos hoje. Ou será que todas essas tragédias naturais que estão acontecendo não tem a ver com tudo isso? Os desastres climáticos já estão matando mais de 315 mil pessoas por ano (Dados do Fórum Humanitário Global), isso sem contar o impacto na economia: cerca de um bilhão de dólares por ano (ONU).

Desse modo, o desafio é global, mas também regional e individual. A nossa região terá a chance de participar desse debate mundial e propor alternativas, além de analisar o seu modelo de desenvolvimento: no que podemos contribuir? Dia 29 de Abril no Centro de Cultura estaremos recebendo cientistas, estudantes, empreendedores, líderes regionais para traçarmos nosso plano. O evento “Vitória da Conquista 2020 – Prosperidade para uma Região Sustentável” chega para nos alertar, mas também dizer que é possível atravessarmos essa nova crise sem abrirmos mão do nosso desenvolvimento e nossa qualidade de vida. Desse modo, a participação de todos é importante para selarmos um pacto em torno de uma nova forma de economia.



*Ricardo Marques é Vice Prefeito de Vitória da Conquista. É graduado em Administração, Especialista em Saúde Coletiva e Mestrando em Meio Ambiente e Desenvolvimento.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Menininha Linda do Chapeuzinho Vermelho

Adília Maria, professora de português do Centro de Atividade Integrada do SESI/SENAI – Candeia, Bahia, em 2005, utilizou-se de um texto de um dos seus alunos da turma de 7ª série, para ser analisado na sua prova, como um excelente recurso pedagógico. Como pai deste aluno, posso afirmar que o resultado foi esplêndido, não apenas para o meu filho, autor do texto, que teve a sua auto-estema elevada, mas para toda turma, incluindo o mesmo, que pode perceber a riqueza da contextualização de uma idéia literária, tendo tão próximo o seu autor, tornando possível a interação imediata da obra com o seu criador.
Segue abaixo o referido texto:



Menininha Linda do Chapeuzinho Vermelho



Salvador, 09 de março de 2005.


Menininha linda do chapeuzinho vermelho,

Permita-me que a chame de Chapeuzinho Vermelho, já que ainda não sei o seu verdadeiro nome... Eu sou aquele lobo que lhe abordou naquele dia, lá na floresta, você se lembra? Na verdade, chamam-me de Lobo Mau, nem sei por quê, pois nem sou tão mau assim como eles pensam. Apenas, aguardo as minhas presas para saciar minha fome. Todo mundo não faz isso também, ou seja, todo mundo não retira de outra espécie, e, às vezes da mesma, a sua forma de alimentação? Acontece que quando fui lhe atacar, senti algo em mim muito estranho, embora, estivesse ali esperando alguém para ser o meu almoço, e você, supostamente é quem seria. Quando a vi, o meu coração bateu mais forte e senti uma coisa diferente por você, como nunca tinha sentindo isso antes por ninguém, nem mesmo por uma lobinha que eu estava namorando há um tempo!
Meu coração disparou tanto que eu nem conseguia falar direito; mudei a minha voz e fiquei falando daquele jeito com você, com uma voz mais delicada sem nem saber o que dizer direito. Foi por isso que eu aconselhei a você para ir pelo caminho mais longo, quando me disse que estava indo para a casa de sua avó. Nesse momento, eu pensei rapidamente em ir correndo, chegar lá antes de você e pedi para sua vovozinha me deixar lhe namorar. E foi o que eu fiz! Mas quando eu cheguei lá e falei isso para ela, ela começou a me xingar e a bater em mim com uma bengala,colocando-me para fora da casa dela! Eu fiquei desesperado! Quanto mais eu dizia que eu estava apaixonado por você, mais ela chamava-me de “lobo velho” safado, aí, eu fui ficando nervoso e com medo de que você chegasse e visse aquela cena, como eu já estava com fome mesmo, acabei engolindo a sua querida vovozinha! Por isso, eu estou escrevendo essa cartinha para declarar o amor que sinto por você, dizer que sou loucamente apaixonado por você, que não sei mais viver sem pensar um só segundo em você e para pedir que você me perdoasse por ter engolido a sua querida vovozinha, principalmente, porque ela saiu de dentro de mim sã e salva, depois que aquele caçador me acertou um tiro. Daí ele me trouxe rapidamente para esse hospital em que eu estou até agora convalescendo, depois da cirurgia que me fizeram para retirar sua vovozinha de dentro de minha barriga. Ela passa bem e eu ainda estou sentido muitas dores, mas a dor maior que eu estou sentindo, nesse momento, é a dor da paixão que me aperta o peito.
Chapeuzinho Vermelho, apesar dessa pequena diferença de idade que nos separa (sem se preocupar com esse negócio de pedofilia), mesmo sabendo que isso hoje em dia é condenável pela sociedade, eu queria muito que você me desculpasse de verdade e que me aceitasse como seu namorado.
Aqui eu me despeço, aguardando uma resposta positiva e imediata, prometendo nunca mais engolir sua querida vovozinha, viu?
Um beijo desse seu amado “Lobo Mau”, mas muito apaixonado por você!

Lemenes Nessin*

*Nessin, S. Lemenes (22 de novembro de 1992), tem 12 anos, nascido em Candeias, gosta de cantar e toca violão, é aluno do SESI/CAT/Candeias, cursando a 7ª série.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

NO DIA MUNDIAL DE LIMPEZA DAS PRAIAS


No próximo sábado (19), acontecerá a quinta edição do Clean up Day Bahia, em comemoração ao Dia Mundial de Limpeza das Praias. O projeto Clean Up Day teve início nos Estados Unidos na década de 80 e ocorre uma vez por ano em torno de oitenta países, contando, atualmente, com quase 400 mil voluntários em todo o mundo. O evento busca conscientizar sobre a importância de sermos responsáveis pelo lixo que produzimos, não jogando resíduos nas praias e colaborando, assim, com a saúde dos ecossistemas.Em Salvador, o evento acontecerá das 9 às 17 horas na praia do Porto da Barra e contará com a presença de organizações como o Instituto RAM de Reeducação Ambiental, Greenpeace e Sea Shepherd, além de estudantes de colégios e universidades. A Cetrel é uma das empresas que apóiam o evento, oferecendo material para as atividades de coleta do lixo recolhido na praia. Os interessados em saber mais sobre o projeto devem acessar o site www.cleanupdaybahia.org. A participação no evento é gratuita e a coleta poderá ser feita por qualquer pessoa que se disponibilize, porém o lixo submerso só será coletado por quem já tenha experiência com mergulho.


Participe!
Colaboração: Solange Bello

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Dia mundial sem carros


O Dia Mundial Sem Carro é um movimento que começou em algumas cidades da Europa nos últimos anos do século 20, e desde então vem se espalhando pelo mundo, ganhando a cada edição mais adesões nos cinco continentes. Trata-se de um manifesto/reflexão sobre os gigantescos problemas causados pelo uso intenso de automóveis como forma de deslocamento, sobretudo nos grandes centros urbanos, e um convite ao uso de meios de transporte sustentáveis - entre os quais se destaca a bicicleta.

Belo Horizonte tem aderido de forma tímida, mas crescente a cada ano, ao Dia Mundial Sem Carro, com campanhas e fechamento de ruas para uso exclusivo de pedestres. Em 2005, foi realizada a primeira pedalada promovida pelo MTB-BH. Em 2006, o pedal-manifesto se repetiu, dessa vez fazendo parte da programação oficial da data, e contando com cerca de 170 ciclistas. E desde então o número vem aumentando a cada edição.

Bicicleta: uma boa alternativa para a melhora do trânsito

A bicicleta é um excelente meio de transporte, sobretudo para pequenas distâncias. Leva seu condutor de porta a porta, permite a prática de uma atividade física simultânea ao deslocamento, tem custo baixíssimo e é minimamente afetada por engarrafamentos. Mesmo numa cidade de relevo acidentado como Belo Horizonte, a atual tecnologia de marchas permite a circulação por ruas inclinadas com relativa facilidade. Muitas pessoas têm percebido isso, e o número de ciclistas na cidade tem aumentado visivelmente.

Porém, a nossa infra-estrutura para o uso da bicicleta como meio de transporte é precária. Há pouquíssimos bicicletários e paraciclos, poucas empresas dispõem de vestiários para incentivar seus funcionários a ir de bicicleta para o trabalho, as ciclovias são quase inexistentes e as que existem são pouco estratégicas, o trânsito é hostil aos ciclistas. É com a intenção de procurar reverter esse quadro que o Mountain Bike BH participa do Dia Mundial Sem Carro.

Automóveis: problemas causados pelo uso massivo

Os malefícios causados pelo uso de automóveis são inúmeros e evidentes: poluição atmosférica, efeito estufa, poluição sonora, congestionamentos, doenças respiratórias, sedentarismo, irritabilidade, perda de tempo, consumo de combustíveis fósseis, acidentes, comprometimento de grande parte da renda das pessoas.

Além disso, as viagens de carro degradam a relação dos indivíduos com o espaço público, transformando a rua em um indesejável obstáculo a ser superado no deslocamento de um ponto a outro. Elas também significam um uso desproporcional das ruas, já que a imensa maioria dos carros leva apenas uma pessoa - o que é ainda mais grave em áreas densamente povoadas.

Por fim, o automóvel é um meio de transporte não universalizável, já que seria impensável a existência de um carro por habitante no mundo.

Dia 22 é o Dia Mundial Sem Carro

Dia 22 é o Dia Mundial Sem Carro. Para envolver Belém nesta programação mundial a Secretária Muncipal de Meio Ambiente preparou uma programação que começa no dia 21. Veja como fica o seu compromisso neste dois dias:

Dia 21/09 - Gasômetro
Pela Manhã, começando as nove horas, teremos uma debate sobre ciclovias com Alfredo Sirkis, vereador pelo Rio de Janeiro e ex-secretário de desenvolvimento urbano, autor da implantação no Rio das ciclovias e ciclofaixas que tornaram o Rio uma Cidade sustentável.
Continuando a programação, teremos o lançamento do livro organizado pela Fundação Verde Herbert Daniel e o Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará sobre cidade sustentável, tendo Belém como centro da preocupação, sendo esta uma inciativa pioneira.
A tarde teremos o lançamento da Rede Popular de Educação Ambiental, o edital de pequenos projetos e o curso de agentes ambientais voluntários.
Tudo será transmitido pelo site www.tvdopv.com.br
Dia 22/09
Passeio ciclistico noturno, saindo do Mercado de São Braz às 19:00 horas. Não perca.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ajude a limpar o mundo!

A organização Clean Up the World (Limpe o Mundo) convida, em um final de semana de todos os anos, grupos de pessoas do mundo inteiro para ajudar na missão de limpar, consertar e ajudar a conservar o mundo. Neste ano os dias escolhidos foram de 18 à 20 de setembro e para participar é muito fácil, basta reuniur um grupo, se inscrever no site e fazer diferença.

São estimados neste ano 35 milhões de participantes de mais de 120 países. Que podem se distribuir entre as atividades de limpeza, plantio de árvores, reciclagem e educação ambiental.

http://blog.ambientebrasil.com.br/?p=935

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Grupo Ambientalista Solidário - GAS / Perfil:

Perfil:

O Grupo Ambientalista Solidário é uma associação civil, de direito privado, de caráter sócio-ambientalista e cultural, com sede, domicilio e foro na cidade de Candeias que tem como finalidades e objetivos principais defender e proteger o meio ambiente e os recursos naturais, propondo a preservação de áreas ecologicamente importantes, conservando a biodiversidade e estimulando a criação de unidades de conservação ambiental; assim como: sugerir políticas públicas de caráter sociocultural e ambiental; estimular e desenvolver o pleno exercício da cidadania através da educação ambiental para melhorar a qualidade de vida da população; estudar, pesquisar e divulgar as causas dos problemas ambientais e as possíveis soluções visando o desenvolvimento ecologicamente sustentável; promover a assistência social beneficente e solidária nas áreas de meio ambiente e cidadania, incluindo ainda saúde, esporte, arte e cultura; defender a dignidade e o bem estar da criança, do adolescente e o indivíduo na fase da boa idade; fomentar o ecoturismo e outras atividades produtivas nas diversas áreas que tenham como metas a economia solidária, objetivando a promoção do emprego e renda.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Culpado por morte de peixes será conhecido nesta quinta

Jornal A Tarde
A morte de peixes e mariscos ocorrida no dia 22, em Passé de Candeias foi provocada pela emissão inadequada de poluentes industriais, conforme informou, nesta quarta, 02, a diretora do Instituto do Meio Ambiente, Beth Wagner. O nome da empresa, contudo, bem como o relatório da fiscalização serão divulgados nesta quinta, pelo órgão, garantiu a diretora.

Diante de dezenas de pescadores e marisqueiras reunidos do clube dos pescadores, em Passé, a 60 km de Salvador, ela pediu “maturidade e precaução” à comunidade para que fosse “evitada qualquer atitude de depredação”. Ela se referia à ameaça de destruição da tubulação da empresa Proquigel instalada no estuário do Rio São Paulo, próximo a Passé. A empresa nega que tenha feito despejo de produtos não autorizado.

Segundo o integrante da comissão dos pescadores, Washington Paraguaçu, a ameaça realmente foi feita, mas teria sido para chamar a atenção para o problema. “A comunidade quer providências e saber quem foi o responsável pelo dano causado ao ambiente que matou os peixes e está impedindo a pesca e a mariscagem”, afirmou.

Na reunião, muitos apelos foram feitos à diretora do IMA pelo esclarecimento das atividades insutriais na região. “As empresas têm que abrir suas caixas-pretas e mostrar o que fazem, o que produzem, e dialogar com a comunidade”, disse o professor Gualberto Santos. A integrante da pastoral dos pescadores Maria José, de Ilha de Maré, ressaltou que as comunidades locais não querem viver de cestas básicas. “A sobrevivência de todos aqui depende do que tiramos da maré, por isso precisamos do meio ambiente limpo, pois os empregos que as empresas geram são poucos e não são destinados às pessoas daqui”.


Beth Wagner respondeu às provocações anunciando que, a punição dos responsáveis pela mortandade de peixes em Passé, que foi avaliada em três toneladas implicará na revisão das condições da licença ambiental para criar maior comprometimento da empresas com medidas de reparação ambiental e social. “Vimos que altas multas não são suficientes para dar conta da recuperação do meio ambiente”, disse.

A marisqueira Valdineia Ferreira Costa, 28 anos estava com os seus filho Kaic, 4 anos e Clarissa, 7 anos, na reunião que lotou o clube dos pescadores na localidade de Rio do Cunha, em Passé. Ela recebeu uma cesta básica. Disse que “vai ajudar um pouco”. Ela parou de mariscar, há pouco mais de uma semana. “O sururu estava todo aberto por causa do produto”, disse ela.


Pescadores e marisqueiras se reuniram no clube dos pescadores de Passé para conversa com Beth

ECONOMIA VERDE

*Welinton dos Santos

Enquanto muitos países discutem sobre os efeitos do clima sobre a Humanidade, outros são testemunhas do clima, é necessário ser feito em caráter de urgência à análise de vulnerabilidade e propor ações efetivas, dentre elas a educação ambiental deve ser a disciplina necessária e permanente nas questões educacionais para melhoria da qualidade de vida do Homem.


Estamos no limiar de uma nova era em que a gestão capitalista irá mudar radicalmente, não é possível a sociedade viver com o consumismo desenfreado sem ter o conhecimento das consequências advindas deste consumo. O planeta Terra pede socorro e as questões sobre a mudança climática é uma pequena parcela de tudo o que está ocorrendo no globo terrestre. Faz-se necessário mudar valores, perceber atitudes construtivas na sociedade civil para a sobrevivência da Humanidade neste planeta. Atitudes de uma consciência coletiva se fazem necessárias na busca de soluções possíveis, em que não podem prevalecer credos ou castas políticas, sendo determinantes aspectos como: informação, capacitação e planejamento do futuro de todas as comunidades e ecossistemas existentes no mundo.

Criar mecanismos conscientes e inteligentes para a mudança do jeito de viver, de consumir e das expectativas sobre o futuro dentro de cada comunidade local para estabelecer o equilíbrio perfeito na relação homem – ambiente, podem provocar um desenvolvimento sustentável de novas oportunidades de negócios.

As empresas e todas as sociedades civis organizadas devem ter o papel de dialogar e orientar sobre a nova base do conhecimento, que é a “ERA VERDE”, do qual, milhões de negócios podem ser gerados, fortunas podem ser criadas ou destruídas, de acordo com os aspectos colocados na condução de cada atividade. O mundo está carente de tecnologias de conservação do solo, manuseio e solução para passivos ambientais (lixo), dentre outros.

Existem algumas soluções em curso que precisam ser difundidas e ampliadas como o sistema integrado de produção agroecológica, os adubos verdes, a informática verde (tecnologia e computação verde), inseticidas biológicos, energia elétrica sem fio, energia solar, o aprimoramento hidrometeorológico, além de profissões e soluções alternativas, a exemplo da criação dos farmofazendeiros (juntar habilidades agrícolas as farmacêuticas), engenheiro de tecidos celulares (fabricação de órgãos humanos artificiais), biotecnologia, criogenia (ramo da físico-química que estuda tecnologias para a produção de temperaturas muito baixas), nanotecnologia, implantar sistemas de empreendedorismo cultural e artístico, criar núcleos de criatividade, explorar toda e qualquer alternativa de preservação e recuperação do meio ambiente.

A responsabilidade da sobrevivência do Homem no Planeta Terra é de cada um de nós. Vou comprar produtos, qual a empresa que agrega mais valor à sustentabilidade? Automaticamente devo pensar, esta empresa respeita a vida?

Para tomar consciência da defesa da natureza são necessárias à participação coletiva sejam em gestos simples como plantar árvores ou respeitar o elemento mais caro do nosso planeta que é a água.

O mercado de créditos de carbono não pode ser encarado como solução, porque os efeitos climáticos estão presentes e o planeta é um super-organismo vivo, como comenta Sr. James Eprhraim Lovelock, o Ghandi da Ciência. Os custos das ações de adaptação são menores do que da recuperação provocados por desastres climáticos, em que vidas são ceifadas em virtude de posições políticas públicas equivocadas de nossa realidade.

A sociedade sempre foi dependente aos efeitos climáticos e a vulnerabilidade precisa ser estudada com lupa nos biomas da realidade. A ótica do desenvolvimento sustentável deve ser a base social de uma nova política pública global.



*Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo
Economista e psicopedagogo. Participo de Palestras e Conferências Nacionais em Economia. Ministro Palestras e Treinamentos na área de Negócios e RH (dinâmicas). Colunista de vários jornais do Brasil. Participo de entevistas na TV sobre economia. Membro da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura.

Contatos: welinton.economista@gmail.com

Jô Soares entrevista senadora Marina Silva - Parte 1/5

Jô Soares entrevista senadora Marina Silva - Parte 2/5

Jô Soares entrevista senadora Marina Silva - Parte 3/5

Jô Soares entrevista senadora Marina Silva - Parte 4/5

Jô Soares entrevista senadora Marina Silva - Parte 5/5

sábado, 29 de agosto de 2009

SACOS PLÁSTICOS


Você sabia que o plástico leva cerca de 400 anos para se decompor nos aterros sanitários ou nos lixões e o uso de material descartável em excesso resulta no acúmulo de lixo que vai parar nos bueiros, nos rios e nos mares, matando animais, demandando altos investimentos do governo para limpar essa bagunça e piorando a qualidade de vida das pessoas.

São distribuídas, no mundo, entre 500 bilhões e um trilhão de sacolas plásticas por ano. Um produto que têm custo zero para o cliente, mas requer injeções de recursos para solucionar as complicações que elas causam a longo prazo.

Por que as pessoas insistem, afinal de contas, em fazer uso das sacolinhas? Uma das causas, de acordo com o Ministério é uma característica da sociedade brasileira: o reuso para o acondicionamento de lixo, que acontece em todas as classes sociais. Introduzidas na década de 1980, elas causaram uma revolução na coleta de lixo, principalmente para as populações de classe baixa, que não compravam – e ainda não tem o costume de comprar - sacos de lixo por causa do preço.


Em 2007, o Ministério fez um levantamento sobre o tema e descobriu que o melhor a ser feito é reduzir o consumo, desenvolver alternativas tecnológicas e reforçar as campanhas de conscientização. Por isso, em 2008, criou a campanha “Consumo Consciente de Embalagens: A escolha é sua. O planeta é nosso”, lançada em 2008, que versa sobre embalagens em geral e divulga boas práticas.

Muitas pessoas ainda acreditam que a solução está na reciclagem, mas como as sacolas são descartadas incorretamente, geralmente misturadas a outros resíduos, elas ficam contaminados e inviabilizam o processo. Além disso, o problema do excesso persiste. São 800 sacolas por ano para cada brasileiro enquanto existem várias alternativas como as bolsas de feira, as sacolas retornáveis e os carrinhos. A ideia é recusar, sempre que possível, as sacolinhas que já se tornaram vilãs internacionais e já são encontradas até mesmo em locais considerados paraísos ecológicos.

POSTADO POR PROGRAMA DE DEBATES LINKS PARA ESTA POSTAGEM:
http://participacao-popular.blogspot.com/2009/07/sacos-plasticos.html


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Woodstock - 40 Anos

Capa do LP do festival, Nick e Bobbi Ercoline seguem juntos após 40 anos.‘Não mudou nada, ainda somos daquele jeito’, diz Nick em entrevista ao G1.

Nick e Bobbi Ercoline são protagonistas de uma das histórias mais românticas do movimento hippie. O casal que virou ícone da geração Woodstock ao figurar na capa do álbum e no pôster do documentário sobre o festival, lançado em 1970, está junto até hoje e ainda mora próximo a Bethel, cidadezinha no estado de Nova York, onde há 40 anos (entre 15 e 17 de agosto) centenas de milhares de pessoas se reuniram para celebrar "3 dias de paz e música".


“Acho que a nossa foto resume bem a ocasião. Ela simboliza todo o evento por traduzir a paz que reinava por lá. É uma foto de um casal de jovens, que estavam cansados e molhados, mas também calmos, em paz e profundamente apaixonados", lembra Nick, em entrevista ao G1 por telefone. "E estamos juntos até hoje. Você pode nos ver na rua andando de mãos dadas e nos beijando. Não mudou nada, ainda somos daquele jeito.”


Eles estavam namorando havia três meses quando foram ao festival. Nick conheceu Bobbi através de um colega de trabalho, namorado dela. Um dia ele foi para o litoral com os amigos sem avisar Bobbi e o namoro acabou. Quem se deu bem foi Nick, que tinha virado amigo dela e acabou se apaixonando pela garota. Apesar do congestionamento para chegar a Woodstock no segundo dia de festival (16 de agosto de 1969, um sábado), eles conseguiram chegar à fazenda em Bethel por conhecerem os atalhos das estradas próximas. Àquela altura, sem controle sobre quem ia e vinha, Woodstock já era um festival gratuito, e Nick e Bobbi não tiveram que pagar suas entradas.

'Podia se fazer o que quisesse - e nós fizemos'
“Minha impressão mais forte de Woodstock foram todas aquelas pessoas agindo pacificamente”, lembra Nick. “As pessoas que vieram de todas as partes dos EUA e de cada canto do mundo. As pessoas se juntaram e cooperaram entre si, dividiram o que tinham uns com os outros e curtiram toda a experiência daquele fim de semana".


As apresentações favoritas da dupla foram os shows de Janis Joplin, Sly & The Family Stone e do Grateful Dead. “Elas ficaram na minha memória até hoje”, explica Nick.

A foto clássica foi tirada por Burk Uzzle, mas o casal não estava posando. “Nós nem vimos ele nos fotografando. Foi uma surpresa nos vermos na capa do disco”. Quem também não sabia da foto era a mãe de Bobbi – e muito menos que a filha havia ido a Woodstock. “Bobbi tinha 21 anos , trabalhava e morava sozinha quando nos conhecemos. Quando sua mãe descobriu sobre a foto não ficou brava, e sim com um sorriso no rosto”, conta Nick. Nick diz que outra impressão importante foi o clima de liberdade que havia tomado Woodstock, com suas camisetas e vestidos tingidos em tie-dye e rodas de violão em torno das fogueiras. “Você via coisas acontecendo que normalmente não veria. A polícia estava lá com uma atitude de não mexer com as pessoas. Ou seja, as coisas que fazíamos, legais ou ilegais, eram toleradas por eles – e por nós também. Existia a liberdade de fazer basicamente o que se quisesse, e nós fizemos”.

O único inimigo parecia ser a chuva que castigou a fazenda constantemente durante o fim de semana e a consequente lama. Mas nem isso afastou o jovem casal. “Nós ficamos desconfortáveis com a lama, e outras pessoas também – algumas ficaram incomodadas ao ponto de tirar a própria roupa. Nós tínhamos vinte anos de idade, quem se importava com uma chuvinha?”.

O sonho não acabou
Nick, que hoje é funcionário público no Condado de Orange, em Nova York, acha que o legado de Woodstock permanece vivo. “A minha geração mostrou para as pessoas que era possível questionar as autoridades. Você não tem que aceitar que o que você acredita é errado. Nós fizemos isso nos anos 60 contra a Guerra do Vietnã. Aquilo mudou a maneira que vemos a política hoje.”


A música é um dos elementos mais importantes na opinião de Nick – é ela que faz os jovens de hoje conhecerem o que aconteceu nos anos 60, os movimentos políticos (direitos civis, feminismo, pacifismo) e artísticos da época que pavimentaram o caminho para a eleição de um presidente como Obama. “Não acho que os ideais da minha geração desapareceram. Nós somos orgulhosos das conquistas que tivemos – olha para o nosso presidente atual”. Ao mesmo tempo ele não acha que seja fácil aparecer um Woodstock para as novas gerações. “Woodstock aconteceu, não foi planejado daquele jeito. E recriar aquele evento é virtualmente impossível. Pode voltar a acontecer, mas não será planejado, vai ser de uma hora para outra”.

Fama inesperada
Virar a imagem “oficial” do festival garantiu ao casal uma fama inesperada, até mesmo em outros países. “Nós estávamos na Alemanha e as pessoas nos reconheciam na rua. No hotel nós nem precisamos dizer nossos nomes para o atendente, ele sabia exatamente quem éramos.” Mas Nick diz que sabe lidar bem com o status de “celebridade hippie”. “Na maior parte das vezes é divertido, mas às vezes ficamos com vergonha”. Além disso, eles recebem centenas de pedidos de autógrafos pelo correio, que costumam responder quando têm tempo. “As pessoas mandam as capas do disco, artigos de jornal (para autografar), mandam pequenos pedaços de papel e pedem para que desenhemos algo. Também sempre temos universitários e colegiais nos ligando e pedindo para fazer entrevistas por telefone, para seus cursos de ‘Estudos dos anos 60’. Ficamos felizes com isso”. Se tivesse de resumir Woodstock para um desses estudantes de hoje, Nick diria: “a principal mensagem de Woodstock foi: ‘olhe, nós somos jovens, é isso que fazemos. Nos juntamos e ficamos mais fortes para protestar contra o que estava acontecendo naquele momento, e também nos divertirmos e nos curtirmos. Ajudamos uns aos outros, e fomos embora em paz’”.












Bobbi e Nick em 2009: ainda juntos. (Foto: AP)

sábado, 15 de agosto de 2009

O Sonho de Ícaro



Esquadrilha da Fumaça, ao som de O Sonho de Ícaro, interpretado pelo Comandante Waldonys, um dos pilotos.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Reforma Estatutária do GAS – Convocação Geral


A direção do Grupo Ambientalista Solidário – GAS, vem por meio deste veiculo de comunicação de massa, convocar todos os membros associado para fazerem parte da reforma estatutária desta Organização Não Governamental, que acontecerá na reunião extraordinária da próxima quarta-feira, dia 19 de agosto de 2009.

A Direção

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Senadora Marina Silva candidata a Presidente da República pelo Partido Verde

Por Átilo Machado



"Eu me mobilizo pelo avivamento da utopia para a economia do século XXI"



A senadora Marina Silva (PT-AC) desembarca nesta sexta-feira em Rio Branco, onde nasceu, tendo de cor uma lista de amigos e companheiros que serão ouvidos para tomar a decisão que considera a mais difícil da vida dela: abandonar 30 anos de militância petista, se filiar ao PV, participar da “refundação programática do partido” e se tornar candidata a presidente da República.

Após entrevistá-la na noite desta quinta-feira, o Blog da Amazônia consultou Fábio Vaz de Lima, marido da senadora e um dos secretários mais influentes na gestão do governador do Acre Binho Marques (PT), para saber dele se Marina Silva está mesmo disposta ao desafio ou apenas vai surfar na onda de um convite que já mobiliza os verdes do mundo inteiro.

- Sou contra a saída dela do PT e já expus todas as minhas razões. Mas a maneira como tem se conduzido até aqui me dá a certeza de que a Marina já tomou uma decisão. É possível até que ofereçam para ela a presidência do PV. Sendo assim, vou acompanhá-la, pois sou capaz disso em quaisquer circunstâncias - afirmou Fábio Vaz de Lima.


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Antes da entrevista, Marina Silva fez questão de ponderar que tem procurado “ser o máximo econômica possível” por conta do momento de uma decisão vital em sua trajetória, mas não economizou palavras para defender a necessidade de compromissos com a utopia na política:
- Eu me mobilizo pelo avivamento da utopia para a economia do século XXI. É esse trânsito que precisa ser feito e que não existe em lugar nenhum, precisa ser criado para algo diferente.
- Não estou fazendo cálculos. Se eu ficasse fazendo cálculo de tempo em programa eleitoral, jamais teria sido candidata. Você sabe que já fui candidata com um tempo de um minuto, que tinha que ser dividido com o Chico Mendes. Trinta segundos para ele e trinta segundos para mim. Tínhamos que nos apresentar ao vivo. Isso não tem nada pragmático. Prefiro continuar acreditando que o sonho remove montanhas. Foi isso que fizemos em 30 anos. Removemos algumas montanhas, mas não removemos outras porque não nos expusemos com a radicalidade necessária.

- Não vou me iludir achando que alguém que lida com temas considerados secundários ou de minorias, possa colocar em risco uma candidatura que tem todo o peso e respaldo que tem a candidatura da ministra Dilma. Eu estaria sendo pretensiosa se eu embarcasse nessa avaliação.
- Todas as pessoas que estão sabendo disso e que me conhecem, sabem que não se trata de um processo fácil. Mas a história se faz por homens e mulheres que se dispõem a transformá-la. Essa transformação não prescinde a contribuição do sujeito. Neste momento estou vivendo uma dupla situação: a do sujeito que precisa se colocar e, ao mesmo tempo, do agente que sabe que as mudanças não acontecem única e exclusivamente pela ação dos indivíduos.
A seguir, a entrevista de 23 minutos, por telefone, após uma palestra de Marina Silva num evento da CUT em São Paulo:

O que a senhora considera essencial, quais salvaguardas julga necessárias para que possa aceitar ser candidata a presidente da República pelo PV?

Não estou colocando as coisas em termos de candidata. O que me motiva a fazer essa discussão são os desafios e questionamentos que venho fazendo ao longo de alguns anos de que o Brasil está maduro para assumir os desafios da sustentabilidade em todas as suas dimensões como algo estratégico para o país. Como ele pode dar esse passo, fazer esse trânsito, é isso que tem me mobilizado. Tanto é que toda a minha gestão no governo Lula foi levantando essa questão, isto é, da política ambiental como centro das políticas.

Mas o PV a convidou para ser candidata a presidente da República.

Logicamente, a questão que o PV me colocou, o convite que me faz, me deixa honrada, mas o que está me mobilizando são projetos, idéias, sem estar ancorada em cálculos de pesquisas de opinião. Não estou sendo movida por uma questão meramente eleitoral. Ouvi o PV no contexto daquilo que os seus dirigentes e militantes estão falando, que consiste em organizar, em outubro, um processo de refundação programática do partido, onde sairia da lógica do processo de fundação, que veio da Europa, de partido verde tradicional, para a idéia de um partido que colocaria no centro de suas questões estratégicas o desenvolvimento sustentável. A minha reflexão é no sentido de que essa questão não é algo que vai ser resolvida por um partido que possa homogeneizar a sociedade para fazer essa mudança. Não é isso. É algo que demanda um debate na sociedade e que todos os partidos têm que assumir essa questão como estratégica. Eu me mobilizo para o avivamento da utopia para a economia do século XXI. É esse trânsito que precisa ser feito e que não existe em lugar nenhum, precisa ser criado para algo diferente.

Mas tudo isso não passa pela política eleitoral também?

Isso é política, claro. O que eu quero dizer é que a questão eleitoral de ser candidata a senadora ou eventualmente candidata a presidente da República é parte dessa estratégia. Correto? Não é que seja um fim em si mesma a eleição. Se existe alguém que não começou tendo a eleição como um fim em si mesma somos nós numa trajetória de 30 anos no PT. Tivemos que perder muitas vezes para que se pudesse ganhar. Se tivéssemos feito o cálculo pragmático, eu nunca teria saído candidata nem para vereadora de Rio Branco. Então a questão não é meramente eleitoral, mas do movimento que se pode colocar em curso. Essa é a reflexão que estou fazendo. Não estou subordinando isso a qualquer pesquisa de opinião ou qualquer outra coisa, com uma candidatura. Obviamente, a questão da candidatura está posta porque nessa agenda tem a disputa eleitoral e ela é importante e estratégica e precisa assumir isso no centro do debate de todos os partidos. As pessoas sempre acham que qualquer movimento que se faz é para ser contra alguma coisa. Meio ambiente reelabora a política porque é o movimento que se pode fazer a favor. Ser a favor da proteção das florestas é bom para todo mundo, assim como ser a favor da redução das emissões de carbono, de uma agricultura que seja sustentável, o que é bom para a própria agricultura e para a balança comercial. Essa interpretação de que a política só se faz pela negação está sendo reposicionada pelo meio ambiente. É possível fazer política pela a afirmação, para criação daquilo que ainda não existe em país nenhum. O Brasil, por ter as melhores capacidades, pode fazer essa inflexão. É isso que mobiliza.

A senhora sonha em repetir o fenômeno Barack Obama?

Não, não. Eu não pretendo isso. Não sou eu quem tenho essa avaliação. Acho que o tema está posto na sociedade e a sociedade demanda compromisso com ele. Eu me movimento para que o tema ambiental tenha o lugar que precisa ter dentro do Brasil e em todos os lugares do mundo. O presidente Obama está fazendo um movimento e ele vai liderar essa agenda se persistir mesmo. Obama é como aquele super-atleta que ficou fora do jogo durante muitos anos, mas faz a diferença quando entra no time decidido a jogar pra valer.

O PV lhe deu um prazo para obter a sua resposta?

Não, não me deram um prazo. Os prazos, digamos, são os prazos legais. Estou vivendo um momento de muito tensionamento por causa disso. Tenho uma trajetória de 30 anos de PT. Tenho minha vida ligada a esse sonho, a esse projeto, me sinto parte de todas as conquistas e de todos os problemas. O que está em questão agora é como fazer algo que possa estabelecer que as utopias do século XXI de fato possam acontecer, que a gente saia da agenda dos séculos IXX e XX e assuma o desafio civilizatório do século XXI. É isso o que é necessário.

Como reagiu o governador do Acre, Binho Marques, petista, seu maior amigo e aliado político? Ele ficou perplexo com a sua decisão?

Falei aos meus companheiros que tinha recebido convite do PV dentro dessa revisão programática, obviamente incluindo o convite para me filiar e decidir prioritariamente pela candidatura a presidente. Vou pro Acre para conversar com as pessoas, amigos e companheiros, e uma das primeiras pessoas com quem vou conversar será com o Binho. Ele me ouviu e falou que me espera para que a gente possa conversar. Falei também com o ex-governador Jorge Viana e com o senador Tião Viana. No Acre, você sabe muito bem, não existe hierarquia. Não tenho problemas com o PT do Acre.

Mas a senhora pode deixar numa posição desconfortável seus companheiros. Eles a apoiariam ou à Dilma para presidente?

Não quero antecipar essa questão. Estou num momento de reflexão e qualquer juízo de valor que eu faça de algo dessa natureza pode transparecer que já tenho uma decisão. A decisão que tenho é de que a questão ambiental precisa ser colocada como algo estratégico na agenda nacional.

Mas isso não é possível fazer a partir do PT?

Eu acho que isso precisa ser feito dentro de todos os partidos. Não dá para fazer essa mudança achando que um partido sozinho vá homogeneizar. No meu entendimento, é um movimento para que todos se comprometam com essa agenda, pois ela não está colocada com a dimensão necessária por nenhum partido.

A senhora conversou com Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT?

Sim. Ele telefonou e pediu-me para que pudéssemos conversar. Vamos conversar quando eu voltar do Acre, após ouvir pessoas com quem tenho uma trajetória de vida. Tenho uma filha de 28 anos e o PT tem 30 anos na minha vida.

E se o presidente Lula reforçar o apelo pela sua permanência no PT?

Tenho o maior respeito e relação de companheirismo com Lula. Servi durante cinco anos, cinco meses e catorze dias ao governo dele. Não colocaria nenhum tipo de condicionante a isso, pois estou fazendo uma reflexão. Todas as pessoas que estão sabendo disso e que me conhecem, sabem que não se trata de um processo fácil. Mas a história se faz por homens e mulheres que se dispõem a transformá-la. Essa transformação não prescinde a contribuição do sujeito. Neste momento estou vivendo uma dupla situação: a do sujeito que precisa se colocar e, ao mesmo tempo, do agente que sabe que as mudanças não acontecem única e exclusivamente pela ação dos indivíduos. O presidente Lula me chamou e eu me senti honrada de fazer parte do ministério dele. Contribui enquanto achei que tinha o necessário apoio para isso. Respeitosamente, saí do governo quando compreendi que não reunia mais essas condições. O combate que faço hoje no Senado pela agenda do desenvolvimento sustentado não é diferente do que fiz enquanto ministra do Meio Ambiente durante o tempo que permaneci no cargo. E não será diferente do que vou fazer, seja como candidata à reeleição como senadora ou como cidadã.

Na política, a senhora nunca foi de exigir, de dizer “eu quero”. A sua agenda sempre foi a agenda do consenso de seus amigos e companheiros. Neste momento, porém, está tendo que tomar uma decisão pessoal. É a decisão…

Sem sombra de dúvida, é mesmo a decisão mais difícil de minha vida.

Pelo fato de ter sido sempre, digamos, objeto do consenso?

Não necessariamente. Quando um grupo resolveu que deveria permanecer no PMDB, nas Comunidades Eclesiais de Base, no Acre, e outro decidiu ficar no pólo que lutaria pela fundação do PT, isso não se deu por consenso. Quando resolvi sair do Ministério do Meio Ambiente, também não foi por consenso.

Tudo bem, mas isso se deu poucas vezes numa trajetória política com mais de 30 anos.
Por que agora essa decisão é tão difícil?
Pelo tamanho do desafio e pela magnitude da decisão. Nós temos que buscar fazer essa inflexão nos modelos de desenvolvimento, nas economias dos diferentes países, fazendo com que governos e partidos, acadêmicos, formadores de opinião, se comprometam com essa agenda e coloque-a no centro do debate. Mas não como algo em oposição ao desenvolvimento, mas como parte integrante da mesma equação. Esse é o desafio. Ou isso acontece ou nós vamos chegar em meados do século com a constatação de que a gente pode ter inviabilizado as possibilidades de vida na terra. Esse movimento tem que acontecer sem que a gente perca avanços que tivemos no governo do presidente Lula, que passou de R$ 8 bilhões para R$ 28 bilhões de investimentos em política social. Conquistas como essas devem permanecer, mas existe uma agenda estratégica com a qual temos que nos comprometer.

O que acha dos comentários de que a sua candidatura poderia inviabilizar a candidatura a presidente da ministra Dilma Roussef?
Não vou me iludir com isso, pois é claramente um superestimação de minha possível candidatura. Não vou me iludir achando que alguém que lida com temas considerados secundários ou de minorias possa colocar em risco uma candidatura que tem todo o peso e respaldo que tem a candidatura da ministra Dilma. Eu estaria sendo pretensiosa se embarcasse nessa avaliação.

Mas é fato que o seu carisma é bem maior que o dela, não? Diferente da senhora, ela murcha quando discursa.

Eu não quero especular sobre isso. Ela é um quadro técnico fantástico reconhecido por todos
nós.
Na sua decisão tem peso o fato de o PV não dispor de muito tempo na TV para uma eventual exposição de sua candidatura a presidente da República?
Não estou fazendo cálculos. Se eu ficasse fazendo cálculo de tempo em programa eleitoral, jamais teria sido candidata. Você sabe que já fui candidata com um tempo de um minuto, que tinha que ser dividido com o Chico Mendes. Trinta segundos para ele e trinta segundos para mim. Tínhamos que nos apresentar ao vivo na TV. Isso não tem nada pragmático. Prefiro continuar acreditando que o sonho remove montanhas. Foi isso que fizemos em 30 anos. Removemos algumas montanhas, mas não removemos outras porque não nos expusemos com a radicalidade necessária. Esses movimentos precisam ser feitos. Eles são de tamanha magnitude que não temos que ter a ilusão de que vai ser homogeneizado por um partido. Tem que ser um movimento da sociedade, dos empresários, dos políticos, dos acadêmicos, dos jornalistas, homens e mulheres, principalmente da juventude, que não se deixa aprisionar pelos projetos imediatistas, que não fica fazendo cálculos do presente, mas que coloca a contabilidade do futuro para ser resolvida agora.

Então a discussão…
A discussão é no sentido de que se crie para a economia do Brasil uma nova narrativa. Um país que tem 46% de matriz energética limpa não pode ser circundado num debate aonde outros que têm menos capacidade assumem a pró-atividade. Um país que é capaz de fazer um plano de combate ao desmatamento e reduzir 57% de emissão precisa se comprometer com metas de certificação da agricultura, precisa trabalhar para que a infra-estrutura tenha critérios de sustentabilidade, sem que isso signifique ter que sofrer os efeitos indesejáveis dessas mudanças.

Quais seriam os efeitos indesejáveis?
Que o país não possa continuar se desenvolvendo, perca empregos e oportunidades. Nós ainda temos o tempo para fazer o trânsito. Nem dá para dizer mais que não podemos perder o bonde da história. Nós não podemos é perder o trem-bala da história.


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