domingo, 30 de novembro de 2008

sábado, 29 de novembro de 2008

Ambientalistas Educadores em Prosa


*Júlio Nessin

Que bom que o GAS foi aceito nessa comunidade
Independente de rótulo
Tamanho ou idade...
Que pena que o GAS ainda precise solidificar-se
Esse é o endurecimento da nossa realidade
Que tal se o GAS não fosse mais tão “gás” assim...
E fluísse solidamente em cada coração
E não tão somente na mente do conceito do preconceito e confusão?
Apenas brincando de trovar
Por ventos conventos e trovões
Estivemos num curso em curso que só lá
É o bastante para num instante
Em rezas e orações e condicionantes
Chegarmos a um só lugar.

Agradecemos à equipe do GAMBÁ

*Júlio Nessin Especialista em Gestão Ambiental e Poeta: http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=31253.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Avaliação Estratégica Ambiental

A Avaliação Ambiental Estratégica constitui um processo contínuo de avaliação da qualidade do meio ambiente e das eventuais conseqüências ambientais do desenvolvimento de uma área ou região.

A aplicação efetiva da Avaliação Ambiental Estratégica fornece dados precisos e atualizados para tomadas de decisão que envolve aspectos ambientais e de desenvolvimento, avaliando o envolvimento de agentes sociais relevantes e as alternativas mais sustentáveis.

A avaliação define os procedimentos que devem ser incorporados a políticas públicas, planos e programas governamentais para assegurar a integração efetiva dos aspectos físicos, bióticos, econômicos, sociais e políticos

fonte: http://www.direitoambiental.adv.br/ambiental.qps/Ref/PAIA-6SRJWJ

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A Declaração dos Direitos Humanos e a Mulher






A luta das mulheres contra a discriminação, a violência e o preconceito ganha, cada vez mais, visibilidade e seguidores em cada canto do mundo. Entretanto, isso chegou ao ponto em que está, graças às mobilizações, aos estudos, às participações em assembléias e movimentos realizados nas escolas, nas universidades e nos sindicatos. Parece até que a mulher ouviu, dentro de suas angústias, o desejo expresso nos textos de grandes poetas e escritores, a exemplo de Clarice Lispector, neste pensamento:

“Pegue para você o que lhe pertence,
e o que lhe pertence é tudo aquilo
que sua vida exige”.

E a vida exige, sim, para a mulher, trabalho e participação; dignidade e respeito...
As diferenças jamais poderão funcionar como desigualdades, numa discriminação de gênero que coloca a mulher numa situação de subalternidade, oriunda de relações sociais que a subjugam a uma condição de elemento inferior ao homem. A mulher deve, por ser de direito, assumir seu espaço na sociedade, ao lado do homem. Não se está fazendo aqui uma apologia do “feminismo” que se contrapõe ao “machismo” de forma, muitas vezes, apaixonada. O que se pretende é que a mulher ocupe o espaço a que tem direito, assim como o homem tem o seu. O que não deve acontecer é que a mulher, no afã de crescer, tenha pretensões de subestimar o valor do homem e sua capacidade à frente de suas tarefas. Que suas diferenças biológicas não sejam empecilho para que ingressem em qualquer trabalho com dignidade e recebam salários justos na mesma proporção aos salários dos homens.
Os direitos das mulheres devem ser assegurados e isso tem sido a bandeira de luta de todas as mulheres trabalhadoras do mundo. A formação de novas consciências, novos valores devem estar presentes nas palestras em associações, sindicatos e universidades, fazendo pulsar em cada instituição o sentimento de solidariedade, respeito, justiça e dignidade na relação entre homens e mulheres.
Consagra-se o dia 10 de dezembro como o “Dia Internacional dos Direitos Humanos”. Foi nessa data, em 1948, que a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, fazendo história no processo de reconstrução dos direitos humanos, claramente desrespeitados. Esse novo tempo foi pautado por um novo paradigma de justiça e dignidade humana. Esse é seu mais valoroso princípio.
Se formos buscar na história da humanidade, não é nova a idéia de os seres humanos buscarem suas liberdades individuais. Mas foi nos meados do século XX que houve uma regulação internacional, em resposta às atrocidades cometidas especialmente na 2ª Guerra Mundial, período negro da nossa história, onde imperou a lógica da destruição e o conceito de pessoas descartáveis, segundo historiadores. Os Direitos Humanos, então, passam a ser protegidos por um efetivo sistema internacional. Há 60 anos da ratificação, em 1948, do texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Anistia Internacional (AI), denuncia que muitos artigos presentes nesse texto não são cumpridos. Aliás, isso não é novidade para todos os cidadãos que vêem seus direitos negados e que assistem estarrecidos, a cenas chocantes de violência, de morte nas filas dos hospitais, de despejos de casas, de mulheres serem violentadas pelos próprios cônjuges e tantas outras...
Nesse Ensaio, entretanto, quero dar enfoque à violência de gênero, uma questão secular que ainda não se resolveu, apesar da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A mulher sofre discriminação, toda vez que lhe restringe ou anula sua capacidade de sentir, pensar, opinar, decidir, com base na igualdade de direitos entre ela e o homem. Os direitos humanos e as liberdades inalienáveis também lhes são negados. Mas a mulher sofre mais a carga de discriminação, mormente no campo político, econômico e civil. Ainda se inclui nessa discriminação, a violência baseada no sexo. A mulher torna-se objeto de desejo e exploração do homem, banalizando sua aparência, seu corpo e machucando seus sentimentos e emoções. Tudo isso vem causar o que se pode chamar de mortificação da alma, pelos danos físico, sexual e psicológico à mulher.
A mulher tem o direito de ser livre, viver livre da violência, praticar sua religião e se manifestar politicamente, como prevê o artigo II da Declaração Universal dos Direitos Humanos:

“Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nessa Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou qualquer outra condição”.

“Não te deixas destruir...
Ajuntando novas pedras e
Construindo novos poemas.
Recria tua vida,
Sempre,
Sempre... (Cora Coralina)

Nas palavras da saudosa poetisa Cora Coralina, encontra-se o sentimento de não se deixar entregar, mas se reerguer depois de cada insucesso. Com as pedras do caminho, aprender a viver a vida e encontrar em cada dificuldade a doce esperança de sempre se levantar... Isso faz da vida um recomeço...

O mundo do trabalho foi marcado por grandes mudanças, essencialmente nesse início do século XXI. As novas tecnologias e a globalização revolucionaram as indústrias, as organizações, provocando impactos na economia e na vida do trabalhador e, de modo gritante, na vida das mulheres que se vêem às voltas com jornada dupla de trabalho e, cada vez mais com salários menores.
Sente-se que a inserção feminina no mercado de trabalho foi significativa, ao se constatar que a mulher tem rompido barreiras e, extrapolando os muros das suas casas, chegam às fábricas, ao comércio, aos bancos, aos hospitais, às escolas, às empresas... O trabalho fora do lar está transformando as mulheres em parceiras do homem no orçamento doméstico. E o trabalho que elas assumem tem características variadas pela diversidade de funções que ocupam.
Em nível mundial, as mulheres correspondem à metade da população economicamente ativa. Todavia, há uma triste realidade por trás dessa participação feminina no mercado de trabalho. Nota-se que há uma subordinação ao poder masculino, ocupando-se as mulheres de tarefas menos qualificadas e remuneradas com salários inferiores. É no setor de serviços onde se encontra maior número de mulheres trabalhando. A ascensão a postos mais elevados demanda muito tempo e acontece muito pouco. Essa discriminação de gênero, de acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio), 1999, os homens receberam 68,7% dos rendimentos em salário no ano de 1998, enquanto as mulheres receberam 31,3%. E as mulheres negras recebem em média a metade do que as brancas recebem, comprovando que a desigualdade tem profundo recorte de gênero e de raça. Esses são dados mais antigos, mas que não mudaram muito a partir daí.
Pelo que foi exposto, vê-se que não se cumpre o que dispõe o artigo XXIII da Declaração Universal dos Direitos Humanos:

Artigo XXIII:
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem nenhuma distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como a sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a eles ingressar para proteção de seus interesses.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem como seu fundamento maior a dignidade da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, com prioridade sobre todas as demais criaturas desse mundo.

Mena Azevedo: http://menaazevedo.blogspot.com/

ALERTA MÁXIMO


* Rose Tunala

A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê em seus critérios que o índice de focos tolerado do mosquito Aedes aegypti é de 1%. Isto significa que, se em uma cidade for detectado entre 1 e 3,9 focos do mosquito em um grupo de 100 residências, considerar-se-á que a cidade se encontra em estado de alerta de risco de epidemia de dengue. Se esse índice for superior a 4, o município se enquadra nos termos de risco imediato de um surto da doença.
O Ministério da Saúde divulgou no último dia 20 o resultado do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa). Os dados mostram que, no Brasil, 71 cidades, dentre elas 14 capitais estão em estado de alerta para uma epidemia, e, 4 cidades se encontram com índices que determinam risco eminente de um surto de dengue. Esses municípios são: Mossoró (RN), Itabuna (BA), Epitaciolândia (AC) e Várzea Grande (MT).
Vale lembrar que esses dados foram avaliados por amostragem. Neste ano, 161 municípios de todo o país participaram do levantamento. Os critérios para a seleção desses municípios foram: capitais e municípios de regiões metropolitanas, municípios com mais de 100 mil habitantes, municípios com fluxo de turistas e municípios de fronteira. No Espírito Santo, dos 78 municípios somente 7 fizeram parte desse estudo, dentre os quais 4 se encontram em estado de alerta.
No mês de abril, só na cidade do Rio de Janeiro, surgiam 1000 novos casos de dengue por dia. As Forças Armadas entraram em ação com tendas-hospitais montadas em praças públicas, foi realizada uma verdadeira operação de guerra contra a dengue. Hospitais superlotados, corredores faziam a vez de quartos, e sofrimento, pânico e desolamento era tudo que se via no semblante das pessoas. Até 15 de outubro foram notificados 250 mil casos da doença e 181 mortes no Rio.
As pessoas sofrem ou vêem o sofrimento ao seu lado, vivem momentos de verdadeiro horror, mas parece que nem todos aprendem a lição. Mais da metade dos focos de criadouros do mosquito Aedes aegypti são encontrados ainda nas residências em depósitos de água como vasos, pratos, bromélias, ralos, garrafas, calhas entupidas, lajes, piscinas, caixas d’água e lixos sólidos encontrados em seus quintais.
Podemos considerar isso como puro descaso com a própria vida e com a vida de seus familiares e vizinhos, uma vez que nessas mesmas residências onde são encontrados focos, raramente não se encontra alguém que viveu o drama e já fez parte das estatísticas da dengue. Quando se fala em dengue, não cabe a máxima que diz: “Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”. Se você já foi vítima da dengue, permanece candidato em potencial para reincidência, e o que é pior, pode ser em uma versão mais grave da doença, inclusive a hemorrágica, que geralmente é fatal. Nesse sábado, 22 de novembro, tivemos o dia “D” de combate à dengue, onde União, Estados e Municípios se uniram à força da sociedade organizada para a guerra contra o mosquito Aedes aegypti. Porém essas ações terão seu valor reduzido ao passo que você cidadão não contribuir com a sua parte tomando os devidos cuidados, no dia-a-dia, dentro de sua própria residência, para que não se criem focos do mosquito e, também, facilitando o trabalho dos agentes da Sucam, permitindo as visitas em sua casa.

* Rose Tunala é licenciada em Ciências Biológicas e escritora

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

PLURALIDADE, IGUALDADE E UNIDADE DO SER¹

²Júlio Nessin

Quero falar à humanidade sobre a sua maravilha de ser um ser plural na a riqueza cultural de seus povos, de seus ritmos; de suas formas variavelmente distintas e impares; e de suas cores, tons e gestos.

Mas também quero gritar pela igualdade no direito do ser e de viver humanamente... E no silêncio harmônico do aparente caos dos UNIVERSOS, quero refletir e contemplar a unidade da vida: desde o movimento dos átomos, ao estado estático-dinâmico do pensamento do Espírito.
Somos um na pluralidade de tudo, temos a mesma origem e somos constituídos dos mesmos elementos básicos da vida...

Biológica, psíquica e espiritualmente, necessitamos das mesmas coisas para nos mantermos vivos e capazes.
Revestidos de formas diferentes, somos todos essencialmente iguais e unidos somos apenas um.
A nossa pluralidade é a beleza da composição harmônica de cores e formas, criada e desenvolvida pelo absoluto ARTISTA do universo...
O preto, o branco, o amarelo e o índio, são variações tonais que dinamizam a obra-de-arte da vida, regido por Esta Inteligência Cósmica. E nós que somos uma parte modesta deste magnífico sistema, denominamo-nos de seres “inteligentes'” e causamos as mais absurdas burrices que a razão pode conceber: ignoramos-nos, dividimos-nos e destruímos-nos: Somos uns boçais!

Partindo desta reflexão, somos forçados a nos libertamos do jugo da imbecilidade formada de preconceitos. Neste momento eu conclamo a todos, homens e mulheres: Apartai-vos urgentemente da mediocridade do racismo, da guerra santa, da discriminação sexual, social, econômica ou cultural; apartai-vos da violência ao seu próximo e consequentemente da violência a si próprio.

Somos todos irmãos, frutos da mesma árvore, temos os mesmos direitos e é de direito respeitarmos esta Lei!... Reflitamos sobre isso... Somos UM no TODO universal!
Viva a riqueza plural e a igualdade substancial da unidade divina da vida!... O amor.

Amemo-nos!


¹Discurso de posse na “Comissão Executiva de Reflexão ao Centenário da Abolição da Escravatura no Brasil” - Reitoria da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Salvador, maio de 1988.

Júlio Nessin
Publicado no Recanto das Letras em 14/11/2007
Código do texto: T736665
http://recantodasletras.uol.com.br/discursos/736665


²Júlio Nessin: Licenciado em Educação Artística com Habilitação em Desenho, Especialista em Gestão Ambiental e Poeta.

África do Sul presta última homenagem a Miriam Makeba



Milhares de pessoas prestaram neste sábado na África do Sul a última homenagem à lendária voz do continente africano e símbolo da luta contra o apartheid na África do Sul, Miriam Makeba, falecida na segunda-feira na Itália.

O ato público em uma sala de concertos de Johannesburgo reuniu alguns dos mais famosos músicos e artistas da África dos Sul, assim como políticos, que com música e poesia saudaram a memória da cantora conhecida como "Mama África".

Miriam Makeba faleceu aos 76 anos vítima de uma parada cardíaca depois de participar na noite de domingo no sul da Itália em uma apresentação de apoio a Roberto Saviano, o escritor italiano ameaçado de morte pela Camorra por seu livro "Gomorra', sobre a máfia napolitana.

Obrigada a deixar o país pelo regime do apartheid após sua participação em um filme que denunciava a segregação branca na África do Sul, Makeba viveu 31 anos no exílio, principalmente nos Estados Unidos e Guiné. Conhecida como "Mama África", a artista retornou à África do Sul no início dos anos 90, depois da libertação de Nelson Mandela.

"Ao morrer, estava fazenddo o que melhor sabia fazer. Nas palavras dela mesmo, amava a música acima de tudo, e sempre ficava feliz quando estava no palco cantando", disse o ministro da Cultura, Pallo Jordan.

O ministro elogiou Makeba como "uma mulher cujo nome se tornou sinônimo da luta mundial pela liberdade na África do Sul".

Miriam Makeba nasceu em 4 de março de 1932 em Johannesburgo. Ela começou a cantar nos anos 50 com o grupo "Manhattan Brothers" e em 1956 compôs "Pata, Pata", a canção que seria seu maior sucesso.

A cantora viu seu país mudar com a chegada ao poder, em 1947, dos nacionalistas africaners. Aos 27 anos deixou a África do Sul pela carreira e teve a entrada proibida no país pelo compromisso com a luta antiapartheid, incluindo a participação no filme "Come back, Africa".

O exílio durou 31 anos, em diversos países. A cantora fazia muito sucesso, mas seu casamento em 1969 com o líder dos Panteras Negras Stokely Carmichael, do qual se separou em 1973, não agradou as autoridades americanas, que a forçaram a emigrar para Guiné.

Depois da morte da filha hija única em 1985, voltou a viver na Europa, mas em 1990 Nelson Mandela a convenceu a retornar para a África do Sul.


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Quem é o “irracional”?...


“O homem é um animal irracional, exatamente como os outros. A única diferença é que os outros são animais irracionais simples, o homem é um animal irracional complexo”. Fernando Pessoa² - Reflexões Sobre o Homem.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

DE PROBLEMA À SOLUÇÃO


* Rose Tunala

Imagine você, com esse calor, em frente ao mar, à beira da piscina ou em algum outro lugar qualquer saboreando aquela maravilhosa água de coco. Pense agora quantos anos uma casca do coco verde leva para se decompor na natureza. Imagina-se que por se tratar de um vegetal que seja exagero perguntar quantos “anos”, mas acertou quem pensou em aproximadamente oito anos. Fato esse que foi sempre tido um grande problema quanto ao destino a ser dado às cascas de coco, devido ao enorme impacto ambiental gerado.
Para o ano de 2005, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estimou uma produção em torno de dois bilhões de frutos no território brasileiro o que deve ter gerado em torno de 600 mil toneladas de cascas de coco. Como a produção de coco no Brasil é crescente em níveis significativos, impulsionado principalmente pela demanda exigida com o aumento do número de fábricas envasadoras de águas de coco, podemos hoje vislumbrar números bem superiores aos citados acima.
Na mesma proporção da produção crescem também as preocupações com o destino adequado a ser dado às cascas de coco, quando uma grande parcela vai parar nos aterros sanitários, mares e rios causando transtornos ecológicos. Porém a longa duração da fibra de coco que era o problema outrora, hoje já está sendo visto por muitos como solução. As cascas de coco desfibradas ou trituradas geram uma matéria prima excelente para a fabricação de um grande número de produtos. A partir de suas fibras podem ser produzidos vasos tipo xaxim, substratos para agricultura, mantas para jardim, cordas, isolantes térmicos, estofados e outros tantos.
Podemos ressaltar para a fibra do coco uma importância especial ao substituir o Xaxim (Dicksonia sellowiana) o feto arborescente, da família das dicksoniáceas, nativo da Mata Atlântica e América Central. Devido à extração desenfreada do cáudice para produção de vasos e substratos, a espécie está ameaçada de extinção e sua extração está proibida em todo o Brasil. Os produtos fabricados com fibras de coco são ecologicamente corretos, uma vez que além de resolverem o problema dos resíduos gerados, contribuem para que o xaxim seja salvo da extinção e é 100% natural e nacional.
A situação estaria em perfeita harmonia, se a maioria das fábricas que utilizam as fibras de coco não fossem tão carentes de tecnologia e incentivos fiscais e sociais. Os equipamentos utilizados para o beneficiamento ainda são rudimentares, fato que eleva o custo e reduz a capacidade de produção. Contamos com muitos estudos que estão em andamento, projetos desenvolvidos por universidades e ongs, assim como profissionais competentes e comprometido com a causa. Atitudes que podem melhorar em muito a situação da reciclagem da casca de coco.
Levando em consideração a excelente matéria prima gerada pela casca de coco, os impactos gerados pelo não reciclagem e o fato de que o Brasil é o quarto maior produtor mundial de coco, espera-se que órgãos competentes (governos, ongs e sociedade em geral) dêem a devida importância ao fato, destinando verbas para pesquisas na área e estimulando empresários a investirem no ramo, viabilizando a aquisição de equipamentos e qualificação de profissionais, assim como concedendo incentivos fiscais.


Rose Tunala é licenciada em Ciências Biológicas e escritora
Recanto das Letras: http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=30803