sexta-feira, 18 de setembro de 2009
NO DIA MUNDIAL DE LIMPEZA DAS PRAIAS
No próximo sábado (19), acontecerá a quinta edição do Clean up Day Bahia, em comemoração ao Dia Mundial de Limpeza das Praias. O projeto Clean Up Day teve início nos Estados Unidos na década de 80 e ocorre uma vez por ano em torno de oitenta países, contando, atualmente, com quase 400 mil voluntários em todo o mundo. O evento busca conscientizar sobre a importância de sermos responsáveis pelo lixo que produzimos, não jogando resíduos nas praias e colaborando, assim, com a saúde dos ecossistemas.Em Salvador, o evento acontecerá das 9 às 17 horas na praia do Porto da Barra e contará com a presença de organizações como o Instituto RAM de Reeducação Ambiental, Greenpeace e Sea Shepherd, além de estudantes de colégios e universidades. A Cetrel é uma das empresas que apóiam o evento, oferecendo material para as atividades de coleta do lixo recolhido na praia. Os interessados em saber mais sobre o projeto devem acessar o site www.cleanupdaybahia.org. A participação no evento é gratuita e a coleta poderá ser feita por qualquer pessoa que se disponibilize, porém o lixo submerso só será coletado por quem já tenha experiência com mergulho.
Participe!
Colaboração: Solange Bello
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Dia mundial sem carros
O Dia Mundial Sem Carro é um movimento que começou em algumas cidades da Europa nos últimos anos do século 20, e desde então vem se espalhando pelo mundo, ganhando a cada edição mais adesões nos cinco continentes. Trata-se de um manifesto/reflexão sobre os gigantescos problemas causados pelo uso intenso de automóveis como forma de deslocamento, sobretudo nos grandes centros urbanos, e um convite ao uso de meios de transporte sustentáveis - entre os quais se destaca a bicicleta.
Belo Horizonte tem aderido de forma tímida, mas crescente a cada ano, ao Dia Mundial Sem Carro, com campanhas e fechamento de ruas para uso exclusivo de pedestres. Em 2005, foi realizada a primeira pedalada promovida pelo MTB-BH. Em 2006, o pedal-manifesto se repetiu, dessa vez fazendo parte da programação oficial da data, e contando com cerca de 170 ciclistas. E desde então o número vem aumentando a cada edição.
Bicicleta: uma boa alternativa para a melhora do trânsito
A bicicleta é um excelente meio de transporte, sobretudo para pequenas distâncias. Leva seu condutor de porta a porta, permite a prática de uma atividade física simultânea ao deslocamento, tem custo baixíssimo e é minimamente afetada por engarrafamentos. Mesmo numa cidade de relevo acidentado como Belo Horizonte, a atual tecnologia de marchas permite a circulação por ruas inclinadas com relativa facilidade. Muitas pessoas têm percebido isso, e o número de ciclistas na cidade tem aumentado visivelmente.
Porém, a nossa infra-estrutura para o uso da bicicleta como meio de transporte é precária. Há pouquíssimos bicicletários e paraciclos, poucas empresas dispõem de vestiários para incentivar seus funcionários a ir de bicicleta para o trabalho, as ciclovias são quase inexistentes e as que existem são pouco estratégicas, o trânsito é hostil aos ciclistas. É com a intenção de procurar reverter esse quadro que o Mountain Bike BH participa do Dia Mundial Sem Carro.
Automóveis: problemas causados pelo uso massivo
Os malefícios causados pelo uso de automóveis são inúmeros e evidentes: poluição atmosférica, efeito estufa, poluição sonora, congestionamentos, doenças respiratórias, sedentarismo, irritabilidade, perda de tempo, consumo de combustíveis fósseis, acidentes, comprometimento de grande parte da renda das pessoas.
Além disso, as viagens de carro degradam a relação dos indivíduos com o espaço público, transformando a rua em um indesejável obstáculo a ser superado no deslocamento de um ponto a outro. Elas também significam um uso desproporcional das ruas, já que a imensa maioria dos carros leva apenas uma pessoa - o que é ainda mais grave em áreas densamente povoadas.
Por fim, o automóvel é um meio de transporte não universalizável, já que seria impensável a existência de um carro por habitante no mundo.
Dia 22 é o Dia Mundial Sem Carro
Dia 22 é o Dia Mundial Sem Carro. Para envolver Belém nesta programação mundial a Secretária Muncipal de Meio Ambiente preparou uma programação que começa no dia 21. Veja como fica o seu compromisso neste dois dias:
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Ajude a limpar o mundo!
São estimados neste ano 35 milhões de participantes de mais de 120 países. Que podem se distribuir entre as atividades de limpeza, plantio de árvores, reciclagem e educação ambiental.
http://blog.ambientebrasil.com.br/?p=935
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Grupo Ambientalista Solidário - GAS / Perfil:
O Grupo Ambientalista Solidário é uma associação civil, de direito privado, de caráter sócio-ambientalista e cultural, com sede, domicilio e foro na cidade de Candeias que tem como finalidades e objetivos principais defender e proteger o meio ambiente e os recursos naturais, propondo a preservação de áreas ecologicamente importantes, conservando a biodiversidade e estimulando a criação de unidades de conservação ambiental; assim como: sugerir políticas públicas de caráter sociocultural e ambiental; estimular e desenvolver o pleno exercício da cidadania através da educação ambiental para melhorar a qualidade de vida da população; estudar, pesquisar e divulgar as causas dos problemas ambientais e as possíveis soluções visando o desenvolvimento ecologicamente sustentável; promover a assistência social beneficente e solidária nas áreas de meio ambiente e cidadania, incluindo ainda saúde, esporte, arte e cultura; defender a dignidade e o bem estar da criança, do adolescente e o indivíduo na fase da boa idade; fomentar o ecoturismo e outras atividades produtivas nas diversas áreas que tenham como metas a economia solidária, objetivando a promoção do emprego e renda.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Culpado por morte de peixes será conhecido nesta quinta
Diante de dezenas de pescadores e marisqueiras reunidos do clube dos pescadores, em Passé, a 60 km de Salvador, ela pediu “maturidade e precaução” à comunidade para que fosse “evitada qualquer atitude de depredação”. Ela se referia à ameaça de destruição da tubulação da empresa Proquigel instalada no estuário do Rio São Paulo, próximo a Passé. A empresa nega que tenha feito despejo de produtos não autorizado.
Segundo o integrante da comissão dos pescadores, Washington Paraguaçu, a ameaça realmente foi feita, mas teria sido para chamar a atenção para o problema. “A comunidade quer providências e saber quem foi o responsável pelo dano causado ao ambiente que matou os peixes e está impedindo a pesca e a mariscagem”, afirmou.
Na reunião, muitos apelos foram feitos à diretora do IMA pelo esclarecimento das atividades insutriais na região. “As empresas têm que abrir suas caixas-pretas e mostrar o que fazem, o que produzem, e dialogar com a comunidade”, disse o professor Gualberto Santos. A integrante da pastoral dos pescadores Maria José, de Ilha de Maré, ressaltou que as comunidades locais não querem viver de cestas básicas. “A sobrevivência de todos aqui depende do que tiramos da maré, por isso precisamos do meio ambiente limpo, pois os empregos que as empresas geram são poucos e não são destinados às pessoas daqui”.
Beth Wagner respondeu às provocações anunciando que, a punição dos responsáveis pela mortandade de peixes em Passé, que foi avaliada em três toneladas implicará na revisão das condições da licença ambiental para criar maior comprometimento da empresas com medidas de reparação ambiental e social. “Vimos que altas multas não são suficientes para dar conta da recuperação do meio ambiente”, disse.
A marisqueira Valdineia Ferreira Costa, 28 anos estava com os seus filho Kaic, 4 anos e Clarissa, 7 anos, na reunião que lotou o clube dos pescadores na localidade de Rio do Cunha, em Passé. Ela recebeu uma cesta básica. Disse que “vai ajudar um pouco”. Ela parou de mariscar, há pouco mais de uma semana. “O sururu estava todo aberto por causa do produto”, disse ela.
ECONOMIA VERDE
Enquanto muitos países discutem sobre os efeitos do clima sobre a Humanidade, outros são testemunhas do clima, é necessário ser feito em caráter de urgência à análise de vulnerabilidade e propor ações efetivas, dentre elas a educação ambiental deve ser a disciplina necessária e permanente nas questões educacionais para melhoria da qualidade de vida do Homem.
Estamos no limiar de uma nova era em que a gestão capitalista irá mudar radicalmente, não é possível a sociedade viver com o consumismo desenfreado sem ter o conhecimento das consequências advindas deste consumo. O planeta Terra pede socorro e as questões sobre a mudança climática é uma pequena parcela de tudo o que está ocorrendo no globo terrestre. Faz-se necessário mudar valores, perceber atitudes construtivas na sociedade civil para a sobrevivência da Humanidade neste planeta. Atitudes de uma consciência coletiva se fazem necessárias na busca de soluções possíveis, em que não podem prevalecer credos ou castas políticas, sendo determinantes aspectos como: informação, capacitação e planejamento do futuro de todas as comunidades e ecossistemas existentes no mundo.
Criar mecanismos conscientes e inteligentes para a mudança do jeito de viver, de consumir e das expectativas sobre o futuro dentro de cada comunidade local para estabelecer o equilíbrio perfeito na relação homem – ambiente, podem provocar um desenvolvimento sustentável de novas oportunidades de negócios.
As empresas e todas as sociedades civis organizadas devem ter o papel de dialogar e orientar sobre a nova base do conhecimento, que é a “ERA VERDE”, do qual, milhões de negócios podem ser gerados, fortunas podem ser criadas ou destruídas, de acordo com os aspectos colocados na condução de cada atividade. O mundo está carente de tecnologias de conservação do solo, manuseio e solução para passivos ambientais (lixo), dentre outros.
Existem algumas soluções em curso que precisam ser difundidas e ampliadas como o sistema integrado de produção agroecológica, os adubos verdes, a informática verde (tecnologia e computação verde), inseticidas biológicos, energia elétrica sem fio, energia solar, o aprimoramento hidrometeorológico, além de profissões e soluções alternativas, a exemplo da criação dos farmofazendeiros (juntar habilidades agrícolas as farmacêuticas), engenheiro de tecidos celulares (fabricação de órgãos humanos artificiais), biotecnologia, criogenia (ramo da físico-química que estuda tecnologias para a produção de temperaturas muito baixas), nanotecnologia, implantar sistemas de empreendedorismo cultural e artístico, criar núcleos de criatividade, explorar toda e qualquer alternativa de preservação e recuperação do meio ambiente.
A responsabilidade da sobrevivência do Homem no Planeta Terra é de cada um de nós. Vou comprar produtos, qual a empresa que agrega mais valor à sustentabilidade? Automaticamente devo pensar, esta empresa respeita a vida?
Para tomar consciência da defesa da natureza são necessárias à participação coletiva sejam em gestos simples como plantar árvores ou respeitar o elemento mais caro do nosso planeta que é a água.
O mercado de créditos de carbono não pode ser encarado como solução, porque os efeitos climáticos estão presentes e o planeta é um super-organismo vivo, como comenta Sr. James Eprhraim Lovelock, o Ghandi da Ciência. Os custos das ações de adaptação são menores do que da recuperação provocados por desastres climáticos, em que vidas são ceifadas em virtude de posições políticas públicas equivocadas de nossa realidade.
A sociedade sempre foi dependente aos efeitos climáticos e a vulnerabilidade precisa ser estudada com lupa nos biomas da realidade. A ótica do desenvolvimento sustentável deve ser a base social de uma nova política pública global.
*Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo
Economista e psicopedagogo. Participo de Palestras e Conferências Nacionais em Economia. Ministro Palestras e Treinamentos na área de Negócios e RH (dinâmicas). Colunista de vários jornais do Brasil. Participo de entevistas na TV sobre economia. Membro da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura.
Contatos: welinton.economista@gmail.com
sábado, 29 de agosto de 2009
SACOS PLÁSTICOS
Você sabia que o plástico leva cerca de 400 anos para se decompor nos aterros sanitários ou nos lixões e o uso de material descartável em excesso resulta no acúmulo de lixo que vai parar nos bueiros, nos rios e nos mares, matando animais, demandando altos investimentos do governo para limpar essa bagunça e piorando a qualidade de vida das pessoas.
São distribuídas, no mundo, entre 500 bilhões e um trilhão de sacolas plásticas por ano. Um produto que têm custo zero para o cliente, mas requer injeções de recursos para solucionar as complicações que elas causam a longo prazo.
Por que as pessoas insistem, afinal de contas, em fazer uso das sacolinhas? Uma das causas, de acordo com o Ministério é uma característica da sociedade brasileira: o reuso para o acondicionamento de lixo, que acontece em todas as classes sociais. Introduzidas na década de 1980, elas causaram uma revolução na coleta de lixo, principalmente para as populações de classe baixa, que não compravam – e ainda não tem o costume de comprar - sacos de lixo por causa do preço.
Em 2007, o Ministério fez um levantamento sobre o tema e descobriu que o melhor a ser feito é reduzir o consumo, desenvolver alternativas tecnológicas e reforçar as campanhas de conscientização. Por isso, em 2008, criou a campanha “Consumo Consciente de Embalagens: A escolha é sua. O planeta é nosso”, lançada em 2008, que versa sobre embalagens em geral e divulga boas práticas.
Muitas pessoas ainda acreditam que a solução está na reciclagem, mas como as sacolas são descartadas incorretamente, geralmente misturadas a outros resíduos, elas ficam contaminados e inviabilizam o processo. Além disso, o problema do excesso persiste. São 800 sacolas por ano para cada brasileiro enquanto existem várias alternativas como as bolsas de feira, as sacolas retornáveis e os carrinhos. A ideia é recusar, sempre que possível, as sacolinhas que já se tornaram vilãs internacionais e já são encontradas até mesmo em locais considerados paraísos ecológicos.
POSTADO POR PROGRAMA DE DEBATES LINKS PARA ESTA POSTAGEM:
http://participacao-popular.blogspot.com/2009/07/sacos-plasticos.html
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Woodstock - 40 Anos
Nick e Bobbi Ercoline são protagonistas de uma das histórias mais românticas do movimento hippie. O casal que virou ícone da geração Woodstock ao figurar na capa do álbum e no pôster do documentário sobre o festival, lançado em 1970, está junto até hoje e ainda mora próximo a Bethel, cidadezinha no estado de Nova York, onde há 40 anos (entre 15 e 17 de agosto) centenas de milhares de pessoas se reuniram para celebrar "3 dias de paz e música".
“Acho que a nossa foto resume bem a ocasião. Ela simboliza todo o evento por traduzir a paz que reinava por lá. É uma foto de um casal de jovens, que estavam cansados e molhados, mas também calmos, em paz e profundamente apaixonados", lembra Nick, em entrevista ao G1 por telefone. "E estamos juntos até hoje. Você pode nos ver na rua andando de mãos dadas e nos beijando. Não mudou nada, ainda somos daquele jeito.”
Eles estavam namorando havia três meses quando foram ao festival. Nick conheceu Bobbi através de um colega de trabalho, namorado dela. Um dia ele foi para o litoral com os amigos sem avisar Bobbi e o namoro acabou. Quem se deu bem foi Nick, que tinha virado amigo dela e acabou se apaixonando pela garota. Apesar do congestionamento para chegar a Woodstock no segundo dia de festival (16 de agosto de 1969, um sábado), eles conseguiram chegar à fazenda em Bethel por conhecerem os atalhos das estradas próximas. Àquela altura, sem controle sobre quem ia e vinha, Woodstock já era um festival gratuito, e Nick e Bobbi não tiveram que pagar suas entradas.
'Podia se fazer o que quisesse - e nós fizemos'
“Minha impressão mais forte de Woodstock foram todas aquelas pessoas agindo pacificamente”, lembra Nick. “As pessoas que vieram de todas as partes dos EUA e de cada canto do mundo. As pessoas se juntaram e cooperaram entre si, dividiram o que tinham uns com os outros e curtiram toda a experiência daquele fim de semana".
As apresentações favoritas da dupla foram os shows de Janis Joplin, Sly & The Family Stone e do Grateful Dead. “Elas ficaram na minha memória até hoje”, explica Nick.
A foto clássica foi tirada por Burk Uzzle, mas o casal não estava posando. “Nós nem vimos ele nos fotografando. Foi uma surpresa nos vermos na capa do disco”. Quem também não sabia da foto era a mãe de Bobbi – e muito menos que a filha havia ido a Woodstock. “Bobbi tinha 21 anos , trabalhava e morava sozinha quando nos conhecemos. Quando sua mãe descobriu sobre a foto não ficou brava, e sim com um sorriso no rosto”, conta Nick. Nick diz que outra impressão importante foi o clima de liberdade que havia tomado Woodstock, com suas camisetas e vestidos tingidos em tie-dye e rodas de violão em torno das fogueiras. “Você via coisas acontecendo que normalmente não veria. A polícia estava lá com uma atitude de não mexer com as pessoas. Ou seja, as coisas que fazíamos, legais ou ilegais, eram toleradas por eles – e por nós também. Existia a liberdade de fazer basicamente o que se quisesse, e nós fizemos”.
O único inimigo parecia ser a chuva que castigou a fazenda constantemente durante o fim de semana e a consequente lama. Mas nem isso afastou o jovem casal. “Nós ficamos desconfortáveis com a lama, e outras pessoas também – algumas ficaram incomodadas ao ponto de tirar a própria roupa. Nós tínhamos vinte anos de idade, quem se importava com uma chuvinha?”.
O sonho não acabou
Nick, que hoje é funcionário público no Condado de Orange, em Nova York, acha que o legado de Woodstock permanece vivo. “A minha geração mostrou para as pessoas que era possível questionar as autoridades. Você não tem que aceitar que o que você acredita é errado. Nós fizemos isso nos anos 60 contra a Guerra do Vietnã. Aquilo mudou a maneira que vemos a política hoje.”
A música é um dos elementos mais importantes na opinião de Nick – é ela que faz os jovens de hoje conhecerem o que aconteceu nos anos 60, os movimentos políticos (direitos civis, feminismo, pacifismo) e artísticos da época que pavimentaram o caminho para a eleição de um presidente como Obama. “Não acho que os ideais da minha geração desapareceram. Nós somos orgulhosos das conquistas que tivemos – olha para o nosso presidente atual”. Ao mesmo tempo ele não acha que seja fácil aparecer um Woodstock para as novas gerações. “Woodstock aconteceu, não foi planejado daquele jeito. E recriar aquele evento é virtualmente impossível. Pode voltar a acontecer, mas não será planejado, vai ser de uma hora para outra”.
Fama inesperada
Virar a imagem “oficial” do festival garantiu ao casal uma fama inesperada, até mesmo em outros países. “Nós estávamos na Alemanha e as pessoas nos reconheciam na rua. No hotel nós nem precisamos dizer nossos nomes para o atendente, ele sabia exatamente quem éramos.” Mas Nick diz que sabe lidar bem com o status de “celebridade hippie”. “Na maior parte das vezes é divertido, mas às vezes ficamos com vergonha”. Além disso, eles recebem centenas de pedidos de autógrafos pelo correio, que costumam responder quando têm tempo. “As pessoas mandam as capas do disco, artigos de jornal (para autografar), mandam pequenos pedaços de papel e pedem para que desenhemos algo. Também sempre temos universitários e colegiais nos ligando e pedindo para fazer entrevistas por telefone, para seus cursos de ‘Estudos dos anos 60’. Ficamos felizes com isso”. Se tivesse de resumir Woodstock para um desses estudantes de hoje, Nick diria: “a principal mensagem de Woodstock foi: ‘olhe, nós somos jovens, é isso que fazemos. Nos juntamos e ficamos mais fortes para protestar contra o que estava acontecendo naquele momento, e também nos divertirmos e nos curtirmos. Ajudamos uns aos outros, e fomos embora em paz’”.
Bobbi e Nick em 2009: ainda juntos. (Foto: AP)
sábado, 15 de agosto de 2009
O Sonho de Ícaro
Esquadrilha da Fumaça, ao som de O Sonho de Ícaro, interpretado pelo Comandante Waldonys, um dos pilotos.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Reforma Estatutária do GAS – Convocação Geral
A direção do Grupo Ambientalista Solidário – GAS, vem por meio deste veiculo de comunicação de massa, convocar todos os membros associado para fazerem parte da reforma estatutária desta Organização Não Governamental, que acontecerá na reunião extraordinária da próxima quarta-feira, dia 19 de agosto de 2009.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Senadora Marina Silva candidata a Presidente da República pelo Partido Verde
"Eu me mobilizo pelo avivamento da utopia para a economia do século XXI"
A senadora Marina Silva (PT-AC) desembarca nesta sexta-feira em Rio Branco, onde nasceu, tendo de cor uma lista de amigos e companheiros que serão ouvidos para tomar a decisão que considera a mais difícil da vida dela: abandonar 30 anos de militância petista, se filiar ao PV, participar da “refundação programática do partido” e se tornar candidata a presidente da República.
Após entrevistá-la na noite desta quinta-feira, o Blog da Amazônia consultou Fábio Vaz de Lima, marido da senadora e um dos secretários mais influentes na gestão do governador do Acre Binho Marques (PT), para saber dele se Marina Silva está mesmo disposta ao desafio ou apenas vai surfar na onda de um convite que já mobiliza os verdes do mundo inteiro.
- Sou contra a saída dela do PT e já expus todas as minhas razões. Mas a maneira como tem se conduzido até aqui me dá a certeza de que a Marina já tomou uma decisão. É possível até que ofereçam para ela a presidência do PV. Sendo assim, vou acompanhá-la, pois sou capaz disso em quaisquer circunstâncias - afirmou Fábio Vaz de Lima.
Marina Silva pode abalar planos de Lula para 2010, diz ‘El País’
Antes da entrevista, Marina Silva fez questão de ponderar que tem procurado “ser o máximo econômica possível” por conta do momento de uma decisão vital em sua trajetória, mas não economizou palavras para defender a necessidade de compromissos com a utopia na política:
- Eu me mobilizo pelo avivamento da utopia para a economia do século XXI. É esse trânsito que precisa ser feito e que não existe em lugar nenhum, precisa ser criado para algo diferente.
- Não estou fazendo cálculos. Se eu ficasse fazendo cálculo de tempo em programa eleitoral, jamais teria sido candidata. Você sabe que já fui candidata com um tempo de um minuto, que tinha que ser dividido com o Chico Mendes. Trinta segundos para ele e trinta segundos para mim. Tínhamos que nos apresentar ao vivo. Isso não tem nada pragmático. Prefiro continuar acreditando que o sonho remove montanhas. Foi isso que fizemos em 30 anos. Removemos algumas montanhas, mas não removemos outras porque não nos expusemos com a radicalidade necessária.
- Não vou me iludir achando que alguém que lida com temas considerados secundários ou de minorias, possa colocar em risco uma candidatura que tem todo o peso e respaldo que tem a candidatura da ministra Dilma. Eu estaria sendo pretensiosa se eu embarcasse nessa avaliação.
- Todas as pessoas que estão sabendo disso e que me conhecem, sabem que não se trata de um processo fácil. Mas a história se faz por homens e mulheres que se dispõem a transformá-la. Essa transformação não prescinde a contribuição do sujeito. Neste momento estou vivendo uma dupla situação: a do sujeito que precisa se colocar e, ao mesmo tempo, do agente que sabe que as mudanças não acontecem única e exclusivamente pela ação dos indivíduos.
A seguir, a entrevista de 23 minutos, por telefone, após uma palestra de Marina Silva num evento da CUT em São Paulo:
O que a senhora considera essencial, quais salvaguardas julga necessárias para que possa aceitar ser candidata a presidente da República pelo PV?
Não estou colocando as coisas em termos de candidata. O que me motiva a fazer essa discussão são os desafios e questionamentos que venho fazendo ao longo de alguns anos de que o Brasil está maduro para assumir os desafios da sustentabilidade em todas as suas dimensões como algo estratégico para o país. Como ele pode dar esse passo, fazer esse trânsito, é isso que tem me mobilizado. Tanto é que toda a minha gestão no governo Lula foi levantando essa questão, isto é, da política ambiental como centro das políticas.
Mas o PV a convidou para ser candidata a presidente da República.
Logicamente, a questão que o PV me colocou, o convite que me faz, me deixa honrada, mas o que está me mobilizando são projetos, idéias, sem estar ancorada em cálculos de pesquisas de opinião. Não estou sendo movida por uma questão meramente eleitoral. Ouvi o PV no contexto daquilo que os seus dirigentes e militantes estão falando, que consiste em organizar, em outubro, um processo de refundação programática do partido, onde sairia da lógica do processo de fundação, que veio da Europa, de partido verde tradicional, para a idéia de um partido que colocaria no centro de suas questões estratégicas o desenvolvimento sustentável. A minha reflexão é no sentido de que essa questão não é algo que vai ser resolvida por um partido que possa homogeneizar a sociedade para fazer essa mudança. Não é isso. É algo que demanda um debate na sociedade e que todos os partidos têm que assumir essa questão como estratégica. Eu me mobilizo para o avivamento da utopia para a economia do século XXI. É esse trânsito que precisa ser feito e que não existe em lugar nenhum, precisa ser criado para algo diferente.
Mas tudo isso não passa pela política eleitoral também?
Isso é política, claro. O que eu quero dizer é que a questão eleitoral de ser candidata a senadora ou eventualmente candidata a presidente da República é parte dessa estratégia. Correto? Não é que seja um fim em si mesma a eleição. Se existe alguém que não começou tendo a eleição como um fim em si mesma somos nós numa trajetória de 30 anos no PT. Tivemos que perder muitas vezes para que se pudesse ganhar. Se tivéssemos feito o cálculo pragmático, eu nunca teria saído candidata nem para vereadora de Rio Branco. Então a questão não é meramente eleitoral, mas do movimento que se pode colocar em curso. Essa é a reflexão que estou fazendo. Não estou subordinando isso a qualquer pesquisa de opinião ou qualquer outra coisa, com uma candidatura. Obviamente, a questão da candidatura está posta porque nessa agenda tem a disputa eleitoral e ela é importante e estratégica e precisa assumir isso no centro do debate de todos os partidos. As pessoas sempre acham que qualquer movimento que se faz é para ser contra alguma coisa. Meio ambiente reelabora a política porque é o movimento que se pode fazer a favor. Ser a favor da proteção das florestas é bom para todo mundo, assim como ser a favor da redução das emissões de carbono, de uma agricultura que seja sustentável, o que é bom para a própria agricultura e para a balança comercial. Essa interpretação de que a política só se faz pela negação está sendo reposicionada pelo meio ambiente. É possível fazer política pela a afirmação, para criação daquilo que ainda não existe em país nenhum. O Brasil, por ter as melhores capacidades, pode fazer essa inflexão. É isso que mobiliza.
A senhora sonha em repetir o fenômeno Barack Obama?
Não, não. Eu não pretendo isso. Não sou eu quem tenho essa avaliação. Acho que o tema está posto na sociedade e a sociedade demanda compromisso com ele. Eu me movimento para que o tema ambiental tenha o lugar que precisa ter dentro do Brasil e em todos os lugares do mundo. O presidente Obama está fazendo um movimento e ele vai liderar essa agenda se persistir mesmo. Obama é como aquele super-atleta que ficou fora do jogo durante muitos anos, mas faz a diferença quando entra no time decidido a jogar pra valer.
O PV lhe deu um prazo para obter a sua resposta?
Não, não me deram um prazo. Os prazos, digamos, são os prazos legais. Estou vivendo um momento de muito tensionamento por causa disso. Tenho uma trajetória de 30 anos de PT. Tenho minha vida ligada a esse sonho, a esse projeto, me sinto parte de todas as conquistas e de todos os problemas. O que está em questão agora é como fazer algo que possa estabelecer que as utopias do século XXI de fato possam acontecer, que a gente saia da agenda dos séculos IXX e XX e assuma o desafio civilizatório do século XXI. É isso o que é necessário.
Como reagiu o governador do Acre, Binho Marques, petista, seu maior amigo e aliado político? Ele ficou perplexo com a sua decisão?
Falei aos meus companheiros que tinha recebido convite do PV dentro dessa revisão programática, obviamente incluindo o convite para me filiar e decidir prioritariamente pela candidatura a presidente. Vou pro Acre para conversar com as pessoas, amigos e companheiros, e uma das primeiras pessoas com quem vou conversar será com o Binho. Ele me ouviu e falou que me espera para que a gente possa conversar. Falei também com o ex-governador Jorge Viana e com o senador Tião Viana. No Acre, você sabe muito bem, não existe hierarquia. Não tenho problemas com o PT do Acre.
Mas a senhora pode deixar numa posição desconfortável seus companheiros. Eles a apoiariam ou à Dilma para presidente?
Não quero antecipar essa questão. Estou num momento de reflexão e qualquer juízo de valor que eu faça de algo dessa natureza pode transparecer que já tenho uma decisão. A decisão que tenho é de que a questão ambiental precisa ser colocada como algo estratégico na agenda nacional.
Mas isso não é possível fazer a partir do PT?
Eu acho que isso precisa ser feito dentro de todos os partidos. Não dá para fazer essa mudança achando que um partido sozinho vá homogeneizar. No meu entendimento, é um movimento para que todos se comprometam com essa agenda, pois ela não está colocada com a dimensão necessária por nenhum partido.
A senhora conversou com Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT?
Sim. Ele telefonou e pediu-me para que pudéssemos conversar. Vamos conversar quando eu voltar do Acre, após ouvir pessoas com quem tenho uma trajetória de vida. Tenho uma filha de 28 anos e o PT tem 30 anos na minha vida.
E se o presidente Lula reforçar o apelo pela sua permanência no PT?
Tenho o maior respeito e relação de companheirismo com Lula. Servi durante cinco anos, cinco meses e catorze dias ao governo dele. Não colocaria nenhum tipo de condicionante a isso, pois estou fazendo uma reflexão. Todas as pessoas que estão sabendo disso e que me conhecem, sabem que não se trata de um processo fácil. Mas a história se faz por homens e mulheres que se dispõem a transformá-la. Essa transformação não prescinde a contribuição do sujeito. Neste momento estou vivendo uma dupla situação: a do sujeito que precisa se colocar e, ao mesmo tempo, do agente que sabe que as mudanças não acontecem única e exclusivamente pela ação dos indivíduos. O presidente Lula me chamou e eu me senti honrada de fazer parte do ministério dele. Contribui enquanto achei que tinha o necessário apoio para isso. Respeitosamente, saí do governo quando compreendi que não reunia mais essas condições. O combate que faço hoje no Senado pela agenda do desenvolvimento sustentado não é diferente do que fiz enquanto ministra do Meio Ambiente durante o tempo que permaneci no cargo. E não será diferente do que vou fazer, seja como candidata à reeleição como senadora ou como cidadã.
Na política, a senhora nunca foi de exigir, de dizer “eu quero”. A sua agenda sempre foi a agenda do consenso de seus amigos e companheiros. Neste momento, porém, está tendo que tomar uma decisão pessoal. É a decisão…
Sem sombra de dúvida, é mesmo a decisão mais difícil de minha vida.
Pelo fato de ter sido sempre, digamos, objeto do consenso?
Não necessariamente. Quando um grupo resolveu que deveria permanecer no PMDB, nas Comunidades Eclesiais de Base, no Acre, e outro decidiu ficar no pólo que lutaria pela fundação do PT, isso não se deu por consenso. Quando resolvi sair do Ministério do Meio Ambiente, também não foi por consenso.
Tudo bem, mas isso se deu poucas vezes numa trajetória política com mais de 30 anos.
Por que agora essa decisão é tão difícil?
Pelo tamanho do desafio e pela magnitude da decisão. Nós temos que buscar fazer essa inflexão nos modelos de desenvolvimento, nas economias dos diferentes países, fazendo com que governos e partidos, acadêmicos, formadores de opinião, se comprometam com essa agenda e coloque-a no centro do debate. Mas não como algo em oposição ao desenvolvimento, mas como parte integrante da mesma equação. Esse é o desafio. Ou isso acontece ou nós vamos chegar em meados do século com a constatação de que a gente pode ter inviabilizado as possibilidades de vida na terra. Esse movimento tem que acontecer sem que a gente perca avanços que tivemos no governo do presidente Lula, que passou de R$ 8 bilhões para R$ 28 bilhões de investimentos em política social. Conquistas como essas devem permanecer, mas existe uma agenda estratégica com a qual temos que nos comprometer.
O que acha dos comentários de que a sua candidatura poderia inviabilizar a candidatura a presidente da ministra Dilma Roussef?
Não vou me iludir com isso, pois é claramente um superestimação de minha possível candidatura. Não vou me iludir achando que alguém que lida com temas considerados secundários ou de minorias possa colocar em risco uma candidatura que tem todo o peso e respaldo que tem a candidatura da ministra Dilma. Eu estaria sendo pretensiosa se embarcasse nessa avaliação.
Mas é fato que o seu carisma é bem maior que o dela, não? Diferente da senhora, ela murcha quando discursa.
Eu não quero especular sobre isso. Ela é um quadro técnico fantástico reconhecido por todos
nós.
Na sua decisão tem peso o fato de o PV não dispor de muito tempo na TV para uma eventual exposição de sua candidatura a presidente da República?
Não estou fazendo cálculos. Se eu ficasse fazendo cálculo de tempo em programa eleitoral, jamais teria sido candidata. Você sabe que já fui candidata com um tempo de um minuto, que tinha que ser dividido com o Chico Mendes. Trinta segundos para ele e trinta segundos para mim. Tínhamos que nos apresentar ao vivo na TV. Isso não tem nada pragmático. Prefiro continuar acreditando que o sonho remove montanhas. Foi isso que fizemos em 30 anos. Removemos algumas montanhas, mas não removemos outras porque não nos expusemos com a radicalidade necessária. Esses movimentos precisam ser feitos. Eles são de tamanha magnitude que não temos que ter a ilusão de que vai ser homogeneizado por um partido. Tem que ser um movimento da sociedade, dos empresários, dos políticos, dos acadêmicos, dos jornalistas, homens e mulheres, principalmente da juventude, que não se deixa aprisionar pelos projetos imediatistas, que não fica fazendo cálculos do presente, mas que coloca a contabilidade do futuro para ser resolvida agora.
Então a discussão…
A discussão é no sentido de que se crie para a economia do Brasil uma nova narrativa. Um país que tem 46% de matriz energética limpa não pode ser circundado num debate aonde outros que têm menos capacidade assumem a pró-atividade. Um país que é capaz de fazer um plano de combate ao desmatamento e reduzir 57% de emissão precisa se comprometer com metas de certificação da agricultura, precisa trabalhar para que a infra-estrutura tenha critérios de sustentabilidade, sem que isso signifique ter que sofrer os efeitos indesejáveis dessas mudanças.
Quais seriam os efeitos indesejáveis?
Que o país não possa continuar se desenvolvendo, perca empregos e oportunidades. Nós ainda temos o tempo para fazer o trânsito. Nem dá para dizer mais que não podemos perder o bonde da história. Nós não podemos é perder o trem-bala da história.
http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Empossada a nova diretoria do GAS
Diretor Executivo: Oscar Marciel Borjar
Diretor Administrativo: João Gualberto de Souza
Diretor Institucional: Júlio César Nessin Brito
sexta-feira, 26 de junho de 2009
quinta-feira, 11 de junho de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Lula é o cara
É dura a vida de colunista e escritor. Não adianta eu falar, insistir, berrar aqui nesse espaço ou onde mais me deixarem à solta. Tem que vir o Obama pra dizer em alto e bom inglês que o Lula é o cara, Lula is the man, e aí sim, a imprensa repete aos milhões, o Fernando Henrique tem um choque anafilático de tanta inveja e todo mundo cai na real.
Isso não significa que eu não tenha críticas ao Lula ou ao partido. Minha relação com eles é mais ou menos a que eu mantenho com as mulheres: gostaria que fossem muito diferentes, mas, olhem só as alternativas! Vivemos em um mundo real, com defeitos reais, consequências infelizes da nossa humanidade. Compreender esse mundo e governar para ele, tentando ao mesmo tempo torná-lo melhor, com direito a alguma quantidade de sonho, é o que diferencia um político competente de um estadista.
E Lula é um estadista, o maior que já tivemos.
Eu acho que boa parte desse preconceito contra o Lula é preconceito mesmo, do ruim. Olhem o que eu ouvi ontem mesmo de uma moradora de um bairro nobre daqui.. Ela explicou que não torce para o Corinthians, porque, afinal "tenho todos os meus dentes e conheço o meu pai". Uffff.
Lula, por exemplo, que mal conheceu o pai, na infância, e não sei quanto aos dentes, mas sei quanto aos dedos, torce para o Corinthians. E eleger o Lula foi um momento sublime para os brasileiros porque ele representou a nossa aceitação de nós mesmos por nós mesmos, condição essencial para uma nação ser algo maior do que um mero país. Eleito, Lula nos libertou e o Brasil deu o salto que todos vivem, mesmo que não queiram ver.
Na América Latina, e eu leio a imprensa dos nossos vizinhos, Lula é idolatrado como um grande líder nacional, que ama seu povo e se dedica a defender os seus interesses, ao mesmo tempo em que tenta sinceramente ajudar e integrar os que nos rodeiam. Somos admirados por que passamos a nos levar a sério e deixamos de puxar o saco do primeiro mundo, como fazia o nosso pomposo FHC. Barramos espanhóis (inocentes, claro) na fronteira exigindo tratamento decente aos nossos viajantes que entram na Europa. Lula não tem medo de ninguém e exige estar no G-20, mas junto com o G-8, ou onde quer que se decida alguma coisa.
Lula ajudou Chávez a sobreviver e hoje o enche de elogios, enquanto sabota seus piores planos e ajuda o Brasil a vender e ganhar muito com a Venezuela. Garantiu o empate na quase guerra de araque entre Colômbia e Equador, fazendo o Brasil atuar como o líder que tem que ser. Lula abriu agências da Embrapa em países africanos, onde nossa biotecnologia tropical vai ajudar a combater a fome e criar uma agricultura moderna. Ele também decidiu que não vamos exportar petróleo do pré-sal, coisa de país atrasado, e sim derivados com alto valor agregado. Isso não é lá visão geopolítica e estratégica? Viajou aos países árabes, nunca antes assunto para nossos governantes e criou laços que hoje se transformam em comércio, bom para todos.
Aqui dentro, já que o Brasil também é assunto, manteve sim a política econômica anterior, mas lhe deu a direção social que faltava. E se alguém acha que isso foi coisa pouca, imaginem as pressões que Lula sofreu, às quais teve que resistir, enquanto a Argentina, aqui ao lado, experimentava heterodoxias com o Kirchner e crescia 10% ao ano. Imaginem o que foi para um ex-torneiro mecânico peitar toda a suposta elite econômica instalada nos principais veículos de comunicação, que tentavam dizer a ele para onde apontar o nariz e que aprendesse a obedecer ou o mundo iria cair, culpa dele. Quem resiste a tudo e segue firme no caminho em que acredita é um líder. L-Í-D-E-R. Acerta e erra, mas lidera.
O maior mérito do Brasil de hoje é nosso, do povo brasileiro. Fomos nós que soubemos mudar, acabar com o PFL, optar pelo moderno e, por isso, hoje nosso destino se divide entre dois partidos e projetos viáveis, PSDB e PT. Se os dois são viáveis, o PT é mais generoso, e por isso a minha escolha.
Provavelmente seguiremos crescendo e nos afirmando como nação moderna e emergente, capaz de alimentar a si e ao mundo, o que para mim já está uma beleza, obrigado. Mas, alguém aí ousa comparar o Lula a gente um tanto insípida, inodora e incolor, como Aécio, Serra e mesmo a Dilma? Vamos talvez seguir rumo à prosperidade, mas de um jeito tão mais sem graça. Vocês conseguem imaginar algum desses nomes acima fazendo a frase sobre "banqueiros brancos e de olhos azuis, que achavam que sabiam tudo de economia" que hoje é repetida no mundo inteiro?
Lula, para mim, representa o fim do enorme desperdício que nosso país sempre praticou, ao ignorar a humanidade e inteligência do seu povo, acusando-o de ser pouco escolarizado. Eu tenho o privilégio de, de tempos em tempos, encontrar com leitores de grupos de EJA (Educação de Jovens e Adultos), na prática turmas de pedreiros, domésticas, carpinteiros, eletricistas; gente que deixou a escola quando criança e voltou agora, para aprender, inclusive, a ler. E ser lido por essas pessoas é uma enorme honra para um escritor que gosta de ser lido. E eles leem como ninguém, minha gente. Com uma garra e encantamento de arrepiar. E raramente têm a chance de trazer essa visão absoluta do mundo, essa experiência toda a para vida do nosso país. Lula, prezados leitores, fez e faz exatamente isso.
Eu conheço meu ilustre pai, para o bem ou para o mal, tenho praticamente todos os dentes e certamente todos os dedos, o que me coloca em uma camada, digamos, privilegiada, no Brasil. Mas, mesmo que não seja exatamente a minha cara, Lula consegue ser a cara brasileira da minha alma, de tantas outras almas de nosso país e, por isso mesmo, ele é, tem sido e vai ser o cara. O Cara, a nossa cara.
Pelo que eu conheço do mundo, essa coluna vai atrair toda uma desgraceira pra cima desse colunista. Pois, muito bem, que venha. Esperar menos do que isso, estar menos preparado do que estou para combater o que vier, seria um desrespeito desse cidadão agradecido aqui, ao seu presidente, a quem tanto admiro e por quem tenho mais é que brigar mesmo. Podem vir, serão todos bem recebidos, e vamos em frente, nós e o Cara, fazer o debate e o país de que tanto precisamos.
Dizer "Esse é o cara" afirma a negritude do Obama e sua admiração por Lula. Vivemos melhor em um mundo assim, de aceitações, reconhecimentos, sinceridades. Se eles, que são políticos, podem, então a gente pode tudo, até mesmo torcer para o Corinthians, imagino, nesse admirável mundo novo que o século 21 nos traz.
*Marcelo Carneiro da Cunha é escritor e jornalista. Escreveu o argumento do curta-metragem "O Branco", premiado em Berlim e outros importantes festivais. Entre outros, publicou o livro de contos "Simples" e o romance "O Nosso Juiz", pela editora Record. Acaba de escrever o romance "Depois do Sexo", que foi publicado em junho pela Record. Dois longas-metragens estão sendo produzidos a partir de seus romances "Insônia" e "Antes que o Mundo Acabe".
Colaboração: Denise Prisco.
Fonte: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3677589- EI8423,00- Lula+e+o+ cara.html
.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
sábado, 28 de março de 2009
Escutatório
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça esteja vazia.
Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás, duas mulheres conversavam. Uma delas contava para a amiga os seus sofrimentos. (Contou-me uma amiga, nordestina, que o jogo que as mulheres do Nordeste gostam de fazer quando conversam umas com as outras é comparar sofrimentos. Quanto maior o sofrimento, mais bonitas são a mulher e a sua vida. Conversar é a arte de produzir-se literariamente como mulher de sofrimentos. Acho que foi lá que a ópera foi inventada. A alma é uma literatura. É nisso que se baseia a psicanálise...) Voltando ao ônibus. Falavam de sofrimentos. Uma delas contava do marido hospitalizado, dos médicos, dos exames complicados, das injeções na veia - a enfermeira nunca acertava -, dos vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato chegou ao fim, esperando, evidentemente, o aplauso, a admiração, uma palavra de acolhimento na alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o seguinte: “Mas isso não é nada...“ A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da primeira.
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não “evangélico“), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.“ Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.“ Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.“ E assim vai a reunião.
Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci. O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em “U“ definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram. Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: “Meus irmãos, vamos cantar o hino...“ Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem. No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.
Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio.
Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto...
*Rubem Alves - Mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary. Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary. Professor-titular de Filosofia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), na UNICAMP. Membro da Academia Campinense de Letras, professor-emérito da Unicamp e cidadão-honorário de Campinas, onde recebeu a medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.
terça-feira, 24 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
Dia Mundial da Água
História do Dia Mundial da Água, 22 de março, Declaração Universal dos Direitos da Água, sugestões de preservação
Água: um bem natural que deve ser preservado
Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.
No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água” (leia abaixo). Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.
Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas.
Declaração Universal dos Direitos da Água
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.
Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
quarta-feira, 18 de março de 2009
quinta-feira, 12 de março de 2009
quarta-feira, 11 de março de 2009
quarta-feira, 4 de março de 2009
domingo, 22 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
sábado, 17 de janeiro de 2009
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
PRECISAMOS NOS POSICIONAR E EFETIVAMENTE LUTAR POR MELHORES DIAS
por:Josenilton kaj Madragoa*
Toda formação social tem a sua fatia podre, igualmente como dentro de cada um de nós. Existem fatias finíssimas e há outras que são quase uma banda inteira.
A fatia podre geralmente é a parte que faz mais barulho e chama à atenção, ao ponto de comprometer a imagem da parte maior do todo social. Mas só a imagem.
Tendemos a julgar a maioria pela minoria. A maioria boa e decente é pulverizadamente anônima. Precisamos ver o bem ou o bom da vida também. E precisamos acima de tudo fazer o bem para os bons, o bem a quem faz o bem, o bem para os maus e o bem a quem faz o mal.
Tendemos a ver nos outros o que há dentro de nós mesmos de forma prevalente. Julgar sempre foi mais fácil do que julgar-se e do que fazer pelos outros o que gostaríamos que os outros fizessem por si e por nós.
O pessimismo social sistemático é muito também um sintoma de egoísmo, de amargura, típico dos mal amados e dos maus amantes.
O simples pessimismo não muda nada. O que muda é a visão ativa, a arte, a leveza, o bom humor, as brincadeiras e outras ações psicoinclusivas e positivadoras. O que faz a diferença nestes conflitos transicionais é a busca incessante pelos valores naturais autênticos, inclusive a partir da vigilância dos próprios pensamentos e dos sentimentos. [O problema é a falta de microfones, de megafones, de câmeras e de holofotes, que são vastamente explorados pelas forças alienantes, que, por isso, passam a impressão de que são maioria. Ademais, o ruído de um tiro repercute muito mais nos tímpanos sociais do que o estalar de um beijo.]
Não que devamos esperar somente coisas boas na nossa direção. Não devemos agir como os otimistas visionários. Devemos mesmo é ser otimizadores, fazer a nossa parte, construir, ainda que formicularmente, a sociedade perfeita que sonhamos, a partir da nossa casa, do nosso local de trabalho, da nossa igreja, da nossa família e dos lugares por onde passamos.
Mais importante do que sermos pessimistas ou otimistas é buscarmos um mirante que nos dê uma visão panorâmica de toda a formação social da qual fazemos parte, com nossos bens e com nossos males. Veremos, certamente, que há muito mais motivos para sermos felizes do que infelizes com o mundo. Veremos que Jesus está presentado no meio de nós, não somente na pessoa dos bêbados, dos indigentes e dos mais humildes, mas também na pessoa dos amigos, dos trabalhadores anônimos, das crianças, dos velhos, dos bons policiais, dos juízes corretos, dos caridosos, e no coração de todas as pessoas, independentemente de suas aparências sociais, emocionais e psíquicas.
Quanto mais panorâmica for nossa visão e quanto mais enxergarmos os outros pela lente do amor, da compreensão e da solidariedade, tanto mais felizes nos sentiremos, ao ponto até de reconhecermos que, na média, a vida é mesmo bela.
Principalmente nesta fase de transição planetária e sua efusão de invasões ideológicas capitalísticas e sócio-drogais (alcoolina[1], musicaína[2], nicotina etc), que têm um raio de ação que atinge a todos ativa ou passivamente, há a impressão de que o mundo está irremediavelmente perdido.
A pior droga chama-se inação. Existem pessimistas otimizadores, que se posicionam ativamente no chamamento à ordem e à atenção para os males sociais, e existem os otimistas pessimizadores, que vivem vendo só alegria e beleza em tudo, num verdadeiro mundo de Oz, mas que nada fazem para melhorar seu derredor social. São os alienados mais perigosos.
Quando se parte para fazer alguma coisa positiva, com boa vontade, as surpresas tendem a acontecer em cada esquina, em cada olhar, em gestos simples, onde e quando antes nada se via em estado de prostração.
O caos não é exatamente caótico, mesmo nesta pororoca transicional do planeta Terra de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração. O fluxo de encontros, desencontros, reencontros e não encontros continuam sob estreito controle das forças cósmicas divinais. Mesmo as energias vampíricas e más têm alguma permissão de se espraiarem, porque têm utilidades corretivas e provativas.
O bem que não fazemos para contribuir implicará o aumento cada vez maior da violência e da criminalidade, da alienação, das doenças e das mortes, inclusive voltadas para nossas direções.
Os grandes fluxos de confusões, conflitos e tumultos estão sempre a nosso alcance perceptivo. A tendência de muitos de nós é se refugiar em suas fortalezas ideológicas. Enquanto isso, lá fora, no meio do barulho há muitos anônimos colaboradores do Cristo tentando suavizar dores, despertar consciências, fomentar esperanças, nos vários "corredores humanitários"[3] desta grande batalha final. E nós? Estamos dando algum demão ao Cristo ou só exercendo o papel de críticos sociais e políticos?
---------- * * * ----------
[1] Qualquer mistura que contém álcool e que age no sistema nervoso central provocando estado de entorpecimento e de embriaguez, geralmente causando viciação e danos físicos ou psíquicos com a continuação do uso.
[2] Qualquer ritmo sonoro simples injetado pelos ouvidos através de aparelhos eletrônicos, normalmente de forma repetida e bastante alta, ao ponto de drogar viciadamente seus usuários. Alguns o chamam de música e a seus produtores, de artistas.
[3] Expressão utilizada a partir de janeiro de 2009, na atual guerra entre Israel e Palestina.
*Josenilton kaj Madragoa denomina-se um escritor social. Possui bacharelado em Direito e é pós-graduado em Estudos Lingüísticos e Literários, pela UFBA, e em Direito e Processo do Trabalho, pela UCSAL. Fala e ensina a Língua Internacional Esperanto.
Josenilton kaj Madragoa diz: Fiz uns retoques na minha crônica "Inspirado pela Faixa do Bonfim e pela Festa de Gaza". Quem eventualmente não a leu, mas ainda "é dado lê-la", queira priorizar sua leitura a partir da versão do site Recanto das Letras (http://www.recantodasletras.net/discursos/1390125), agora sob o título "Sejamos Pessimistas Otimizadores".
Grato