segunda-feira, 27 de agosto de 2012


Reator com Câmaras Verticais Individuais para Tratamento Biológico de Águas Residuárias Domésticas e/ou Industriais, A aplicação do reator patenteado é uma alternativa técnica para locais com grande adensamento populacional ou que tenham pequena disponibilidade de área para instalação do tratamento de águas residuárias (esgoto, efluentes industriais etc). Entre os principais impactos podem ser citados:


Impacto Econômico: A menor área de instalação reduz os custos construtivos, pois as unidades de tratamento são instaladas com a maior dimensão no sentido vertical, diferente do que normalmente ocorre nos sistemas de tratamento de águas residuárias (maior dimensão na horizontal – apoiada ou enterrada no terreno). Além disso, a entrada do esgoto nas câmaras verticais pode ser em série ou em paralelo, o que possibilita a modulação (sobreposição das unidades) de acordo com o período de alcance do projeto e o aumenta da flexibilidade operacional.

Impacto Social: É uma alternativa para tratamento do esgoto gerado por população residente em condomínios (verticais e horizontais) e em áreas densamente adensadas, alagadas e periféricas de cidades, como as comunidades que moram em palafitas nas maiores cidades da região Norte (Belém e Manaus).

Segundo o inventor: "Ao participar de debates com colegas da universidade, de empresas de engenharia e de órgãos ambientais constatava que o elevado aqüífero freático aumentava o custo e dificultava a execução das obras de sistemas de tratamento de esgoto em conjuntos habitacionais, edifícios, clubes, hospitais e nos bairros com rede coletora de esgoto gerenciada pela Companhia de Saneamento do Pará – COSANPA no município de Belém.Posteriormente, como membro ou coordenador de equipes que elaboravam projetos ou fiscalizavam a construção de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário – ETE que utilizavam reatores anaeróbios de fluxo ascendente com manto de lodo (UASB), verifiquei a necessidade de compatibilizar o dimensionamento desses reatores com a área disponível para implantação, especialmente pelos custos de aquisição / desapropriação de terreno serem elevados em locais com grande adensamento populacional, como é o caso da área central do município de Belém. Além disso, a falta de saneamento nas áreas alagadas das duas maiores cidades da Região Norte, no caso Belém e Manaus, me fazia pensar em alguma solução para beneficiar a população que reside nas periferias dessas cidades, que no caso de Belém corresponde a aproximadamente 40% da população total.

Certo dia, ao encaixar 1 porta disquete em cima de outro, para aumentar o espaço livre na minha mesa de trabalho, verifiquei que existe necessidade de otimização do espaço em muitas situações da vida, como ao estacionar o carro em edifícios garagem, construir navios com diferentes pisos etc, bem como que o mesmo poderia ocorrer em unidades de tratamento de esgoto sanitário, ou seja, construir uma sobre a outra. Alguns dias depois, tive oportunidade de unir pequenos tubos de acrílico para representar a solução idealizada, enchendo-os com água de abastecimento e depois com esgoto sanitário, quando observei alguns aspectos do escoamento e das modificações internas. Até esse momento, fazia esse tipo de pesquisa apenas de forma visual, mais por curiosidade do que por experimentação científica. Posteriormente, intensifiquei os estudos teóricos para viabilizar essa solução, particularmente na redução da área de instalação, na estimativa dos custos de fabricação / construção do reator e na flexibilidade operacional, já que a entrada da água residuária nas câmaras (ou unidades) do reator poderia ser realizada em serie ou em paralelo."

A empresa razâo social W.A.APOLINÁRIO, nome de fantasia APOLIFIBRA, responsável pela fabricação e instalação do reator na área da Companhia de Saneamento do Pará - COSANPA, manifestou interesse na produção em larga escala desse equipamento, por entender que essa pode ser uma alternativa para tratamento de esgoto sanitário de comunidades pequenas. Contudo, ainda não foi assinado nenhum documento nesse sentido.Paralelamente, ao tomar conhecimento do custo do sistema de tratamento (reator patenteado, poço de acumulação de esgoto, etc), a direção da COSANPA também manifestou interesse em verificar a possibilidade da utilização dessa alternativa para tratamento do esgoto sanitário coletado em pequenas bacias de esgotamento, em conjuntos habitacionais (verticais ou horizontais) e em comunidades periféricas, alagadas ou afastadas.

Os pagamentos do registro e de todas as anuidades da patente foram, até a presente data, com recursos do próprio inventor.A construção e avaliação do desempenho do reator em escala real teve apoio financeiro do Programa de infra-Estrutura para Jovens Pesquisadores, do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia – FUNTEC, da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM) do Governo do Estado do Pará, que conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ. Além disso, a COSANPA também colabora com recursos para construção da base de sustentação e de instalações elétricas e hidráulicas do sistema experimental (reator patenteado, elevatória de esgoto etc).Os custos para fabricação em larga escala serão responsabilidade das empresas interessadas. Contudo, a confirmação do interesse e a definição de contrato somente serão realizados em reunião que deverá ocorrer no mês de dezembro de 2006, logo após o início da operação do sistema experimental instalado na área da COSANPA.

A implementação em escala real somente foi viabilizada pelo inventor ter aprovado a pesquisa “Utilização de Reator Anaeróbio Compartimentado de Câmaras Verticais para tratamento de esgoto sanitário nas condições ambientais da Amazônia Brasileira” no Programa de infra-Estrutura para Jovens Pesquisadores, do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia – FUNTEC, da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM) do Governo do Estado do Pará, que conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ.

José Almir Rodrigues Pereira é Doutor em Hidráulica e Saneamento (2000 - EESC-USP). Mestre em Recursos Hídricos (1991 - UFPB). Engenheiro Sanitarista (1989 - UFPA). Funcionário da Companhia de Saneamento do Pará – COSANPA no período 1985 – 1996. Ø Em 1997 recebeu menção honrosa da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo pelo invento do Reator de Tratamento de Águas Residuárias com Dispositivo Ajustável para Coleta, orientação do escoamento, transporte e separação do gás a partir da zona de reação.

Fonte: Agradeço ao INPI/FINEP pelo envio de informações em julho de 2008 para composição desta página

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Esta página não é uma publicação oficial da Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro, seu conteúdo não foi examinado e/ou editado por esta instituição, tampouco foi realizada qualquer análise de mérito ou técnica nas invenções descritas. A responsabilidade por seu conteúdo é exclusivamente do autor. .

sábado, 2 de junho de 2012

http://www.onu.org.br/rio20/tema/dia-mundial-do-meio-ambiente/

Todas as notícias: www.onu.org.br/rio20/br/blog 




Todos nós podemos dar nossas opiniões, ideias e sugestões para o futuro. Partindo desse princípio, lançamos a campanha “Eu sou nós”. Para chamar a atenção de cada um, mas não como indivíduo, e sim como um todo. Participe também em www.ofuturoquenosqueremos.org.br

O que é a Rio+20?

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD ou, como é conhecida, Rio+20), que está sendo organizada conforme a Resolução 64/236 da Assembleia Geral (A/RES/64/236), ocorrerá no Brasil de 20 a 22 de junho de 2012.
A Rio+20 marca o 20º aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), realizada no Rio de Janeiro em 1992, e o 10º aniversário da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (WSSD), promovida em Joanesburgo em 2002. Com a presença de Chefes de Estado e de Governo ou outros representantes, a expectativa é de uma Conferência do mais alto nível.
Saiba mais sobre o contexto da Conferência em www.onu.org.br/rio20/sobre
Saiba mais sobre os temas que serão discutidos em www.ofuturoquenosqueremos.org.br
Saiba quem são os principais nomes da Conferência: www.onu.org.br/rio20/biografias
Acesse aqui as perguntas mais frequentes sobre a Rio+20 e suas respectivas respostas: www.onu.org.br/rio20/perguntas-e-respostas

Rio 92: Saiba como foi

Neste vídeo produzido pela TV ONU, com tradução e legenda do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), você pode acompanhar como foi a Cúpula da Terra, a mais importante conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e o desenvolvimento, também conhecida como Rio 92.

terça-feira, 29 de maio de 2012


Aquecimento global segundo Luiz Carlos Molion

AMBIENTALISMO: 

ste artigo é uma homenagem ao cientista brasileiro Luiz Carlos Baldicero Molion (cujo curriculum segue abaixo), que não se deixa levar pelas teses do terrorismo climático difundidas pelo ambientalismo radical, cuja maior ênfase é dada ao aquecimenmto global. Não quero dizer com isso que não esteja acontecendo um aquecimento do planeta. Como Molion afirma, isso é cíclico, ou não, pois depende de inúmeros fatores e não, exclusivamente, das emissões de CO2 antropogênicas (produzidas pelo homem). O eventual aquecimento global, no entanto, está sendo utilizado como pretexto para se tentar inibir o desenvolvimento sócio-econômico dos países mormente do Terceiro Mundo, com afirmações catastrofistas sem nenhum fundamento científico, numa atitude – como Molion diz (e muitos outros autores) – «neocolonialista», coisa de fundo geopolítico e malthusiano. Parabéns, Molion! Em seguida, apresento duas matérias, a primeira, apresentada no site forumdaliberdade.com.br, com o curriculum de Molion; a segunda, com alguns comentários do cientista sobre a farsa do aquecimento global, mostrada no site pt.novopress.info (Ecologia & Ambiente de 01/10/2007). Os subtítulos foram acrescentados por mim para facilitar a leitura.

Quem é Molion

Quem é Luiz Carlos Baldicero Molion Luiz Carlos Baldicero Molion é bacharel em Física pela USP e doutor em Meteorologia – e Proteção Ambiental, como campo secundário – pela Universidade de Wisconsin, Estados Unidos. Concluiu seu pós-doutorado no Instituto de Hidrologia, em Wallingford, Inglaterra, em 1982, na área de Hidrologia de Florestas. É associado do Wissenschaftskolleg zu Berlin (Instituto de Estudos Avançados de Berlim), Alemanha, onde trabalhou como pesquisador visitante de 1989 a 1990.
Molion tem mais de 30 artigos publicados em revistas e livros estrangeiros e mais de 80 artigos em revistas nacionais e congressos, em particular sobre impactos do desmatamento da Amazônia no clima; climatologia e hidrologia da Amazônia; causas e previsibilidade das secas do Nordeste; mudanças climáticas globais e regionais; camada de ozônio e fontes de energias renováveis. Foi cientista-chefe nacional de dois experimentos com a NASA sobre a Amazônia. Aposentou-se do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT), onde foi diretor de Ciências Espaciais e Atmosféricas, como Pesquisador Titular III. Entre 1990 e 1992, foi presidente da Fundação para Estudos Avançados no Trópico Úmido (UNITROP), Governo do Estado do Amazonas, em Manaus, onde desenvolveu pesquisas sobre desenvolvimento sustentado, em particular o biodiesel, combustivel renovável feito de óleos de palmáceas nativas.

Trabalho atual

Atualmente, encontra-se na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Maceió, como professor associado e diretor de seu Instituto de Ciências Atmosféricas (ICAT). Também desenvolve pesquisas nas áreas de dinâmica de clima, desenvolvimento regional, energias renováveis e dessalinização de água. É membro do Grupo Gestor da Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (MG/CCl/OMM), como representante da América do Sul. Entre suas áreas de conhecimento e interesse, destaca a variabilidade e mudanças climáticas, particularmente os climas da Amazônia e Nordeste, os impactos de mudanças climáticas no desenvolvimento e proteção ambiental. No que diz respeito a recursos hídricos: água no sistema solo-planta-atmosfera, evaporação e evapotranspiração, mudanças climáticas e água. Tratando-se de desenvolvimento sustentado e energias renováveis (eólica, solar e aproveitamento de resíduos vegetais): óleos vegetais e biodiesel como combustiveis renováveis, métodos e equipamentos para tratamento e dessalinização de águas salobras, do mar e servidas.
Este trecho do post foi publicado no site www.forumdaliberdade.com.br.


Uma verdade inconveniente: dúvidas quanto ao aquecimento global

Luiz Carlos Molion, brasileiro doutorado em metereologia, 61 anos, formado na Inglaterra e nos EUA, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim, representante do Brasil na Organização Meteorológica Mundial exprime-se:
«O Grupo intergovernamental sobre a evolução do clima (GIEC) afirma que as concentrações de CO2 atingidas em 2005, de 339 ppm (partes por milhão), são as maiores dos últimos 650 000 anos. É ridículo. (…)
Ao longo dos últimos 150 anos, já atingimos 550 ppm e até 600 ppm. (…)
Estarão a recuperar medos antigos? Tenho imagens de uma manchete do Time anunciando, em 1945: «O mundo está a derreter». Depois, em 1947, os títulos anunciavam o regresso de um período de glaciação. Hoje em dia, fala-se de novo de aquecimento. Não quero dizer que os eventos sejam cíclicos, a verdade é que os fatores que afectam a metereologia terrestre são muito numerosos. (…)
Trata-se de uma atitude neocolonialista: o domínio exerce-se através da tecnologia, da economia, e hoje em dia, também através de um terrorismo climático representado por essa ideia de aquecimento global. (…)
Atualmente existem muitos fundos à disposição dos especialistas que defendem a tese do aquecimento do planeta. Esses fundos provêem de governos que cobram impostos a sectores industriais que são partes interessadas neste negócio. São muitos os cientistas que se vendem para ver os seus projectos aprovados».
Texto colocado pela Novopress em Ecologia & Ambiente de 01/10/2007


Segundo Luiz Carlos Molion, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU

11/12/200914h36

"Não existe aquecimento global", diz representante da OMM na América do Sul

Com 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion apresenta ao mundo o discurso inverso ao apresentado pela maioria dos climatologistas. Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion assegura que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global. Ele também diz que há manipulação dos dados da temperatura terrestre e garante: a Terra vai esfriar nos próximos 22 anos.

Em entrevista ao UOL, Molion foi irônico ao ser questionado sobre uma possível ida a Copenhague: “perder meu tempo?” Segundo ele, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU. O meteorologista defende que a discussão deixou de ser científica para se tornar política e econômica, e que as potências mundiais estariam preocupadas em frear a evolução dos países em desenvolvimento.

UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?
Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.
UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?
Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem boias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas boias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado.
UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?
Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso.
UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados.
Molion: Depende de como se mede.
UOL: Mede-se errado hoje?
Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento.
UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?
Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento.
UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?
Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.
UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?
Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.
UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?
Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.
UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?
Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões?Não vai mudar absolutamente nada no clima.
UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?
Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem da queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas.
UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?
Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares.
UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?
Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.
UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?
Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar.
UOL: Mas o mar não está avançando?
Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global.
UOL: O senhor viu algum avanço com o Protoclo de  Kyoto?
Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discursos de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista.
UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?
Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo.
UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?
Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.
 

SCIENTIFIC AMERICAN:  

http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_fisica_por_tras_das_mudancas_climaticas.html


A física por trás das mudanças climáticas Por que os climatologistas estão tão confiantes de que as atividades humanas estão aquecendo a Terra perigosamente? A seguir, alguns dos participantes do relatório internacional mais abrangente das evidências científicas resumem os argumentos e discutem por que ainda restam incertezas por William Collins, Robert Colman, James Haywood, Martin R. Manning e Philip Mot



Para os cientistas que estudam as mudanças climáticas, gritar “Eureka!” é muito raro. Geralmente o progresso nesses estudos é obtido através de um cuidadoso juntar de peças, de cada nova medida de temperatura, dados de satélite ou com experimentos de modelos de clima. As informações obtidas são verifi cadas e revisadas, as idéias são testadas repetidamente. Será que as observações confirmam as mudanças preditas? Bons climatologistas precisam se assegurar de que todas as descobertas feitas sejam submetidas aos testes mais rigorosos.

As evidências de mudanças aumentam à medida que os registros climáticos vão ficando mais longos, assim como nossa compreensão dos sistemas climáticos melhora e os modelos climáticos vão se tornando cada vez mais confiáveis. Ao longo dos últimos 20 anos, as evidências de que o homem está afetando o clima se acumularam inexoravelmente, e com elas, uma consciência cada vez maior de toda a comunidade científica sobre a realidade das recentes mudanças climáticas e das mudanças futuras que poderão ser ainda maiores. Essa certeza crescente está muito clara no último relatório do Painel Internacional de Mudanças Climáticas (IPCC), o quarto de uma série de avaliações sobre o estado do conhecimento do assunto, escrito e revisado por centenas de cientistas do mundo todo.

Em fevereiro, o painel publicou uma versão condensada da primeira parte do relatório, sobre a base física das mudanças climáticas. Chamado de “Resumo para Gestores de Políticas”, foi distribuído também ao público em geral com uma mensagem ambígua: os cientistas têm mais certeza do que nunca de que o homem interferiu no clima e que mais mudanças climáticas induzidas pela humanidade estão a caminho. Ainda que o relatório acredite que algumas dessas mudanças sejam inevitáveis, a análise também confirma que o futuro, especialmente em longo prazo, estará totalmente em nossas mãos – a magnitude da mudança esperada depende do que os homens farão a respeito das emissões de gases de efeito estufa.

A avaliação da ciência física focaliza os responsáveis pelas mudanças climáticas, as mudanças observadas nos sistemas climáticos, a compreensão das relações de causa e efeito, e projeções de futuras mudanças. Houve avanços importantes desde a avaliação do IPCC em 2001. A seguir, descrevemos as principais descobertas que documentam a extensão da mudança e chegam a uma conclusão inevitável: a causa é a atividade humana.


WIKIPÉDIA:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Carlos_Molion

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.  

Luiz Carlos Baldicero Molion é metodologista brasileiro, professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Também é representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Metorológica Mundial (OMM).