*Jaime Lerner
Não basta entusiasmo, é necessário ter conhecimento...
Hoje, vivemos num mundo entusiasta da sustentabilidade, mas falta informação. E isso só mudará com ações importantes, entre elas ensinar as crianças a desenvolver o senso de responsabilidade em relação à sustentabilidade
O termo sustentabilidade se tornou objeto de desejo de muitos. Porém, nem todos aplicam o seu conceito na íntegra ou de forma correta. Em muitas das reuniões de que participei mundo afora encontrei os mais diversos absurdos, como nos Estados Unidos, onde prefeitos declaram ser a favor do Protocolo de Kyoto, mas, por outro lado, não têm nenhum projeto em ação.
Diante de cenários como esse, me pergunto de que adianta apoiar o protocolo se não há empenho para resolver os problemas essenciais à sustentabilidade. Receio também que as pessoas não sejam capazes de diferenciar o que é fundamental para promovê-la em todos os aspectos.
Concordo que a reciclagem e o desenvolvimento de novas fontes são de extrema importância. Até os greenbuildings - moda nos Estados Unidos e que vêm ganhando adeptos no Brasil - são uma alternativa aos efeitos do aquecimento global. Mas até onde iremos com isso?
Lembro-me de quando era prefeito de Curitiba, na mesma época em que aconteceu a Eco-92 e todos os professores da cidade demonstravam entusiasmo com as possíveis soluções para os problemas ambientais. Mas sempre ressaltei que não basta ser entusiasta, é necessário ter conhecimento. E hoje vivemos um mundo entusiasta da sustentabilidade, porém não há muito conhecimento.
Acredito que três ações são importantes para se tornar mais sustentável, sendo a primeiro a redução do uso do automóvel. É claro que esse item é possível apenas se obrigarmos os dirigentes públicos a proverem suas cidades de um bom e eficiente sistema de transporte.
Além da melhoria dos transportes públicos, morar perto do local de trabalho é indispensável. Hoje, as cidades estão dispersas e isso gera um grande desperdício de energia, até mesmo a do ser humano. Outra atividade, e até mais simples, é a separação do lixo. Em minha opinião, a sustentabilidade reside entre o que você poupa e o que desperdiça. É uma equação simples.
Para termos um mundo melhor para as futuras gerações não devemos esquecer do principal, as crianças। Nosso papel é ensiná-las a desenvolver o senso de responsabilidade em relação à sustentabilidade. Essa marca tem de vir dos pequenos, caso contrário eles serão manipulados de acordo com outros interesses.
*Jaime Lerner - O arquiteto e urbanista; é consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) para temas ligados a urbanismo. Desenvolveu planos para diversas cidades do Brasil e foi governador do Paraná e prefeito de Curitiba, onde fundou o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano da cidade.
Não basta entusiasmo, é necessário ter conhecimento...
Hoje, vivemos num mundo entusiasta da sustentabilidade, mas falta informação. E isso só mudará com ações importantes, entre elas ensinar as crianças a desenvolver o senso de responsabilidade em relação à sustentabilidade
O termo sustentabilidade se tornou objeto de desejo de muitos. Porém, nem todos aplicam o seu conceito na íntegra ou de forma correta. Em muitas das reuniões de que participei mundo afora encontrei os mais diversos absurdos, como nos Estados Unidos, onde prefeitos declaram ser a favor do Protocolo de Kyoto, mas, por outro lado, não têm nenhum projeto em ação.
Diante de cenários como esse, me pergunto de que adianta apoiar o protocolo se não há empenho para resolver os problemas essenciais à sustentabilidade. Receio também que as pessoas não sejam capazes de diferenciar o que é fundamental para promovê-la em todos os aspectos.
Concordo que a reciclagem e o desenvolvimento de novas fontes são de extrema importância. Até os greenbuildings - moda nos Estados Unidos e que vêm ganhando adeptos no Brasil - são uma alternativa aos efeitos do aquecimento global. Mas até onde iremos com isso?
Lembro-me de quando era prefeito de Curitiba, na mesma época em que aconteceu a Eco-92 e todos os professores da cidade demonstravam entusiasmo com as possíveis soluções para os problemas ambientais. Mas sempre ressaltei que não basta ser entusiasta, é necessário ter conhecimento. E hoje vivemos um mundo entusiasta da sustentabilidade, porém não há muito conhecimento.
Acredito que três ações são importantes para se tornar mais sustentável, sendo a primeiro a redução do uso do automóvel. É claro que esse item é possível apenas se obrigarmos os dirigentes públicos a proverem suas cidades de um bom e eficiente sistema de transporte.
Além da melhoria dos transportes públicos, morar perto do local de trabalho é indispensável. Hoje, as cidades estão dispersas e isso gera um grande desperdício de energia, até mesmo a do ser humano. Outra atividade, e até mais simples, é a separação do lixo. Em minha opinião, a sustentabilidade reside entre o que você poupa e o que desperdiça. É uma equação simples.
Para termos um mundo melhor para as futuras gerações não devemos esquecer do principal, as crianças। Nosso papel é ensiná-las a desenvolver o senso de responsabilidade em relação à sustentabilidade. Essa marca tem de vir dos pequenos, caso contrário eles serão manipulados de acordo com outros interesses.
*Jaime Lerner - O arquiteto e urbanista; é consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) para temas ligados a urbanismo. Desenvolveu planos para diversas cidades do Brasil e foi governador do Paraná e prefeito de Curitiba, onde fundou o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano da cidade.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/sustentabilidade/conteudo_279156.shtml
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